O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), concedeu, pela segunda vez, a prisão do advogado José Geraldo Lucas Júnior, suspeito de matar o barbeiro Lucas Souza de Araujo, em janeiro de 2021.
José Geraldo Lucas Júnior foi preso pela primeira vez pouco mais de um mês após o crime. Na época, ele confessou ter matado a vítima e alegou que se sentiu ameaçado. O advogado estava na companhia de Jeã Silva dos Santos, que também foi indiciado e cumpre prisão domiciliar. Ambos respondem pelo crime de homicídio.
No dia 27 de julho de 2021, a Ordem dos Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA) pediu a prisão domiciliar do advogado. A instituição alegou que José Geraldo estava preso em local inapropriado ao que solicita o estatuto do órgão, pelo fato do suspeito ser advogado.
O TJ-BA converteu a prisão preventiva do advogado em domiciliar, no dia 5 de agosto de 2021.
No entanto, a Justiça voltou a decretar a prisão preventiva de José Geraldo no dia 23 de novembro de 2024, por descumprimento da prisão domiciliar. A defesa da vítima comprovou que o suspeito tinha feito diversas viagens, algumas para fora do estado. Com isso, ele passou a ser considerado foragido.
Ele se entregou à Polícia Civil da Bahia, na segunda-feira (10) e um dia depois, teve a prisão preventiva mantida.
Na nova decisão, o juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira considerou que José Geraldo ao se entregar de forma espontânea, manifestou arrependimento e sinalizou respeito e referência ao Justiça, com preocupação da restauração da imagem arranhada, após descumprir as medidas cautelares.
Dizer-se arrependido e ponderar clemência e desculpas, leva a crer, que atitudes desta jaez não levam ou produzem repulsa, pelo contrário, criam expectativas positivas e saneadoras, disse na decisão.
Também foi justificado que José Geraldo, por ser advogado, teria direito a ficar preso em sala de Estado maior, com instalações e comodidades condignas. No entanto, não há esse tipo de sala na Bahia.
Durante o período de prisão domiciliar, o advogado deverá cumprir:
- comparecer toda última sexta-feira de cada mês, iniciando-se por fevereiro e manter endereço atualizado, sem se ausentar do distrito da culpa;
- comparecimento presencial na sessão de julgamento do júri no dia 10 de abril de 2025, no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador;
- não fazer uso de bebida alcoólica, nem frequentar bares e locais de jogos de azar, exceto se for o local de trabalho;
- não sair de Salvador sem prévia autorização judicial;
- uso de tornozeleira eletrônica;
- ficar recolhido em sua casa, devendo fornecer os endereços dos locais de trabalho, telefone de contato e e-mail ao Central de Monitoração Eletrônica de Pessoas (CMEP);
- não sair de casa entre 19h e 6h, de segunda a sexta-feira e nos dias de folga, além dos períodos diurno aos sábados, domingos e feriados, salvo em caso de trabalho ou estudo, devidamente comprovados;
Relembre o caso
Lucas foi morto a tiros no final da noite do dia 24 de janeiro de 2021. Ele estava em um bar na região do Imbuí acompanhado da esposa, do irmão e da cunhada.
As investigações apontaram que no momento em que a companheira e a cunhada foram ao banheiro, o advogado José Geraldo e o amigo Jeã Silva assediaram as duas mulheres.
Lucas viu a situação e foi tirar satisfação com o advogado. Momentos depois, José Geraldo caminhou até a mesa em que a vítima estava com a família, iniciou um tumulto e atirou nele.
Câmeras de segurança registraram o momento do crime.
O corpo de Lucas foi sepultado na cidade de Santa Inês, a cerca de 310 km de Salvador, em 26 de janeiro de 2021. No mesmo dia, as prisões temporárias do suspeito e do amigo dele foram decretadas pela Justiça.
Segundo o advogado da família de Lucas, o crime foi premeditado pelo suspeito, e que ele não tinha licença de porte de arma.
Fonte: G1 / Foto: Reprodução
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