O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), falou neste sábado (25) à imprensa sobre os problemas causados pela chuva na capital paulista na sexta-feira (24), véspera do aniversário da cidade.

A chuva histórica que caiu na capital paulista gerou enormes transtornos aos paulistanos, arrastando carros, invadindo estações do metrô na Zona Norte e até matando um idoso na região da Vila Madalena, na Zona Oeste.

Sobre a enxurrada que atingiu a região da estação Jardim São Paulo, da Linha 1-Azul do Metrô, que tem deixado a estação fechada desde sexta (26), ele disse que não havia o que fazer na região para deter a força da água.

A estação permanece fechada neste domingo (26) e a previsão é de retorno das atividades em todo o trecho a partir de Santana apenas na segunda-feira (27). São três estações fechadas na Linha 1-Azul nesse momento.

“Num volume de água igual aquele [na estação São Paulo do Metrô], não adianta, você vai ter problema. É humanamente impossível conter, com a quantidade de água e aquele volume, no mesmo local em um espaço curto de tempo. Ali é um vale. Tivemos situações no passado de ter essa situação, agora é trabalhar para fazer bombeamento”, afirmou Nunes.

“A gente precisa ser muito transparente, com aquela quantidade de água, colocou um rio ali. Podia fazer o que fosse, não teria condições de evitar os danos. Infelizmente são situações do clima que tem acontecido e a gente tem que estar preparado. Agora é fazer ações, pegar o mapa de drenagem e fazer bombeamento como a gente tem o sistema no túnel do Anhangabaú. Mas sinceramente falando, com aquele volume de água, não teria nenhum mecanismo que pudesse evitar aquele tipo de transtorno”, avaliou.

Segundo o prefeito, os transtornos foram causados por um volume muito grande de água em curto espaço de tempo. Essa é uma característica, segundo Nunes, das mudanças climáticas no mundo.

“Foi um volume de chuvas enorme. Choveu ontem [sexta] o equivalente a metade do que estava previsto para chover o mês inteiro. Tivemos vários problemas, mas a resiliência da cidade demonstrou uma cidade sendo devolvida rapidamente com toda essa quantidade de chuva, demostrando que os investimentos que temos na área de drenagem, canalização de córregos e contenção de encostas tem surtido efeito”, disse.

“Lógico que tem muita coisa a fazer, mas hoje nós temos oito piscinões em andamento. Estamos licitando mais um piscinão do Rio Verde, em Itaquera. E essa obras vão fazendo frente a um novo momento do mundo, né, que são as mudanças climáticas. Volume muito grande de água em espaço curto de tempo, que é o que estamos vendo nas cidades pelo mundo. Não seria diferente aqui em São Paulo”, avaliou.

O prefeito afirmou ainda que a capital no momento da chuva tinha 2.400 funcionários de plantão para ajudar na recuperação da cidade após o temporal, com mais de 350 carros a disposição para atender a população.

“A cidade, apesar da gente ter tido problema, vocês vão convir que pontos onde houve mais de 100 milímetros de água, com transtornos, mas, pelo volume de água, até que o resultado não foi tão negativo como poderia ter sido se não tivesse sido realizado muitas obras de drenagem na cidade”, declarou.

Em entrevista coletiva no Páteo do Colégio, onde abriu os festejos do aniversário da cidade na manhã de sábado (26), o prefeito de SP destacou que a gestão dele tem agora um ‘Plano Diretor de Drenagem’, e que, a partir dele, vai haver intervenções específicas para deter os impactos das enchentes em alguns bairros.

Ele destacou a região da Avenida Pompeia, que mais uma vez encheu de água na sexta-feira (24) e causou enormes transtornos também na Rua Palestra Itália e também na Avenida Francisco Matarazzo, impedindo o tráfego de veículos durante várias horas.

“Tem algo fundamental é que a gente conseguiu concluir agora o nosso Plano Diretor de Drenagem. A cidade não tinha um plano diretor de drenagem. Hoje ele indica todas as bacias, quais são as situações atuais e quais são as medidas necessárias a serem tomadas pra poder resolver as questões de alagamentos na cidade. Então hoje a gente tem um estudo, todo feito, todo mapeado da cidade para fazer as ações necessárias. E que a gente tem feito”, contou.

“Você pega na Avenida Pompeia ontem, a gente identificou, por exemplo, de que é necessário ampliar as galerias, porque o volume de água que está caindo, você não tem o diâmetro necessário para a captação necessária para escoar a água para o rio. São questões que a gente vai agora adequando sobre essa nova realidade de volumes muito grandes de água num espaço pequeno de tempo. É como você pegar um balde de água e jogar na pia. O que precisa fazer agora é aumentar essas áreas que a gente tá mapeando”, declarou.

Chuva histórica

A cidade de São Paulo registrou nesta sexta-feira (24) o terceiro maior volume de chuva desde o início das medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em 1961 — foram 125,4 mm acumulados.

Os transtornos causados foram diversos. A Zona Norte foi a região mais afetada da capital, com ruas alagadas, carros levados pela enxurrada e cachoeira em escadarias do Metrô.

Na estação Jardim São Paulo (linha 1-Azul), em Santana, passageiros tiveram que se agarrar a grades para não serem levados pela correnteza da água que invadia o local.

Devido ao grande volume de água que entrou na estação, a linha 1-Azul opera neste domingo (26) somente no trecho entre Jabaquara e Santana.

O sistema Paese, de ônibus, foi acionado para atender os passageiros no trajeto entre Tucuruvi e Jardim São Paulo, onde as equipes do Metrô trabalham para drenar as vias e restabelecer o funcionamento de equipamentos.

Na Grande São Paulo, 34,4 mil imóveis seguiam sem energia às 11h30 desta manhã, segundo a distribuidora Enel. Desses, 27,2 mil ficam na capital.

Confira abaixo imagens do cenário enfrentado em São Paulo.

Fonte: g1

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