O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (9) e atingiu mais um recorde de valor nominal: R$ 6,0820. Até então, o maior valor de fechamento havia sido registrado na última sexta-feira (6), quando encerrou a R$ 6,07.
Investidores aguardam novos dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos e seguem na expectativa pela próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), prevista para quarta-feira (11).
Em meio aos sinais de uma atividade ainda forte e de uma inflação elevada no Brasil, a estimativa dos agentes do mercado financeiro é que o colegiado vote por aumentar a taxa básica de juros (Selic) mais uma vez.
No exterior, novas decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) ficam no radar, bem como eventuais sinalizações do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre um possível aumento de impostos para os parceiros comerciais norte-americanos.
Na Ásia, novos dados de preços ao consumidor e no atacado na China voltaram a sinalizar que a economia do gigante asiático começa a fraquejar, o que fez com que o governo do país anunciasse mais incentivos fiscais e monetários para 2025. As tensões geopolíticas na Síria também ficam sob os holofotes.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, opera em alta.
O dólar avançou 0,18%, cotado a R$ 6,0820. Na máxima do dia, foi a R$ 6,0899. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
- alta de 0,18% na semana
- ganho de 1,36% no mês;
- avanço de 25,34% no ano.
Na última sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 1%, cotado a R$ 6,0713, em um novo recorde nominal.
Ibovespa
- Por volta das 17h, o Ibovespa subia 1,05%, aos 127.259 pontos.
- Na sexta-feira, o Ibovespa caiu 1,50%, aos 125.946 pontos.
Com o resultado, acumulou:
- avanço de 0,22% na semana e no mês;
- recuo de 6,14% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Os investidores deram início a mais uma semana recheada de indicadores. O destaque fica com os novos dados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos, previstos para os próximos dias.
Por aqui, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do país) deve ser divulgado na terça-feira e trazer novos indícios sobre quais devem ser os próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom) na condução da Selic.
Segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, os analistas do mercado financeiro voltaram a elevar suas estimativas para a inflação de 2024, para 4,84%. Com isso, a projeção segue acima do teto da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%.
Os números voltam a colocar pressão sobre o ciclo de alta de juros do Banco Central, e a estimativa dos analistas é que o Copom vote por mais um aumento da Selic na próxima quarta-feira.
Já no exterior, o foco fica com a inflação ao consumidor dos Estados Unidos, também prevista para esta semana e uma das principais variáveis consideradas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para a condução de juros do país.
Na última sexta-feira, os novos dados do payroll, relatório de emprego dos EUA, indicaram que a criação de vagas de trabalho na maior economia do mundo acelerou em novembro, depois de ter sido severamente afetada por furacões e greves.
Ainda assim, o cenário não indica uma mudança material nas condições do mercado de trabalho norte-americano, que continuam a enfraquecer de forma constante e devem permitir um novo corte da taxa de juros pelo Fed.
Foram 227 mil vagas de emprego abertas fora do setor agrícola no mês passado, enquanto a taxa de desemprego subiu para 4,2%.
"É pouca coisa, mas pelo menos deu conforto para o mercado financeiro, de que o mercado de trabalho dos Estados Unidos não volta a superaquecer e está relativamente tranquilo", disse o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, durante live nesta segunda-feira.
Ainda assim, diz o economista, o cenário para 2025 deve ficar um pouco mais complicado para o BC norte-americano, uma vez que apesar das sinalizações de uma desaceleração da economia e da inflação, ambas as métricas ainda estão fora do que é ideal para o Fed.
"A partir do ano que vem, cada decisão será uma decisão aberta", diz Megale.
Além disso, também fica no radar dos investidores o maior protecionismo previsto para a economia norte-americana com a chegada do presidente eleito, Donald Trump, no próximo ano.
Neste final de semana, Trump voltou a indicar que deve aumentar tarifas para a China e para outros parceiros comerciais dos EUA. Ele ainda sinalizou que vai proteger a indústria local mesmo que isso gere mais inflação na maior economia do mundo.
Na Ásia, novos dados de preços ao consumidor e no atacado na China voltaram a sinalizar que a economia do gigante asiático começa a fraquejar, o que fez com que o governo do país anunciasse mais incentivos fiscais e monetários para 2025.
As tensões geopolíticas na Síria e a nova decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), prevista para esta semana, também ficam sob os holofotes.
Fonte: g1
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