A Polícia Civil recebeu uma denúncia de que os corpos de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz teriam sido descartados na represa da Barragem do Cobre, no bairro de Pirajá, em Salvador. Os rapazes estão desaparecidos desde o dia 4 de novembro, quando foram vistos pela última vez no ferro-velho onde trabalhavam.

O dono do empreendimento, Marcelo Batista da Silva, é considerado suspeito do crime. Antes do desaparecimento dos jovens, ele havia acusado os dois de furto de alumínio. A Justiça decretou a prisão preventiva dele, mas o homem está foragido.

Com isso, a Polícia Civil ampliou as buscas pelos rapazes, concentrando esforços na represa da Barragem de Cobre. Mergulhadores do Corpo de Bombeiros atuam no local para verificar a informação.

A operação envolve cinco equipes, totalizando 20 policiais civis do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP), além de bombeiros.

Veja o que se sabe sobre o caso

O desaparecimento de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz completou um mês na quarta-feira (4). Os dois jovens de 24 e 25 anos desapareceram após saírem de suas casas para trabalhar como diaristas em um ferro-velho no bairro de Pirajá. Ninguém foi preso até o momento.

Para a polícia, o principal suspeito do crime é Marcelo Batista da Silva, proprietário do empreendimento. Além do mandado de prisão em aberto por esse crime, ele já era investigado por:

  • duplo homicídio;
  • tentativa de homicídio;
  • envolvimento com milícia e facção criminosa;
  • e responde por violência doméstica contra a ex-mulher.

Na Justiça do Trabalho, ele responde nove processos que estão em tramitação. Outros 60 foram arquivados. As acusações abordam descumprimento de pagamento de salário, horas extras, assédio sexual e tortura.

A suspeita do envolvimento do empresário no crime foi denunciada pelas famílias dos jovens, que relataram que Marcelo havia acusado Paulo e Matusalém de furto.

Ao longo das investigações, o carro do suspeito foi periciado. O veículo foi encontrado em uma loja especializada em veículos de alto patrão, na cidade de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Avaliado em R$ 750 mil, o carro foi deixado no local por outro homem, que solicitou a troca dos bancos alegando ter adquirido o bem com alguns pontos de sujeira.

A Polícia Civil informou que a suposta sujeira pode se tratar de vestígios de sangue dos rapazes.

O que disse o suspeito

A versão dada pelo empresário, em 8 de novembro, antes de ter o mandado de prisão expedido, é que teve cinco toneladas de fardo de alumínio furtados nos últimos dois meses e que conseguiu recuperar 500 quilos em 3 de novembro, após seguir o caminhão usado no crime.

Segundo ele, no dia 4 de novembro, enquanto registrava ocorrência policial contra um terceiro funcionário, que não teve o nome divulgado, Paulo Daniel e Matusalém foram flagrados em outro furto à empresa. Marcelo Batista ainda informou que planejava ligar para a polícia, para fazer um flagrante no dia seguinte e recuperar a carga roubada. No entanto, os jovens não apareceram para trabalhar e nunca mais entraram em contato.

Fonte: G1 / Foto: Marcelo Correia

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