O governo brasileiro age, neste momento, para retirar seu corpo diplomático da embaixada em Damasco, na Síria. A ordem para evacuação partiu do Palácio do Planalto e tenta proteger os servidores do país em meio à crescente escalada de tensão no país do Oriente Médio após a derrubada do ditador Bashar al-Assad.

Tecnicamente, a embaixada brasileira permanecerá aberta, mas não há, na avaliação do governo Lula, como garantir a segurança do prédio e de seus servidores.

O Brasil se somou a outros países da Europa, que decidiram esvaziar suas representações. Um dos planos é, em comboio, levar os diplomatas e demais servidores até o Líbano. O Ministério das Relações Exteriores é o responsável pela operação.

A decisão veio após o registro de incidentes em algumas embaixadas em Damasco no final de semana, Cuba e Itália, entre elas.

A avaliação da elite da diplomacia de Lula é a de que as chances de a situação na Síria piorar são muito grandes. O ditador sanguinário Bashar al-Assad era reconhecido pela crueldade, mas havia um mínimo referencial de governo.

Neste momento, a leitura é de que pode haver uma espécie de anomia, com diversos grupos extremistas se enfrentando para manter o controle sobre suas regiões.

Há um outro agravante: Israel ampliou suas ações militares e bombardeios na Síria desde a queda de Assad. Há um território sírio ocupado há tempos pelos israelenses. Uma ala da diplomacia brasileira vê chances de Benjamin Netanyahu tentar anexar de vez o território em meio a essa conflagração interna --e com o apoio do próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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