Durante o ano de 2024, a Bahia registrou 27.852 internamentos e 12.132 óbitos por câncer na rede estadual de saúde pública. Os números foram disponibilizados ao Bahia Notícias pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Por conta da doença não ser de notificação obrigatória, não foram encontrados dados relacionados ao número de diagnósticos na rede de saúde. Nos atendimentos e serviços oncológicos para pacientes que enfrentam essa enfermidade, o estado conta com 23 unidades de saúde. 

Desta lista, algumas unidades são o Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), além de hospitais. Um desses equipamentos é o Hospital Aristides Maltez (HAM), localizado no bairro de Brotas. 

Segundo Humberto Luciano, superintendente da Liga Bahiana contra o Câncer, mantedora do Aristides, a cobertura do hospital nesses casos chega até 70%, necessitando de aprimoração. 

“Hoje o HAM atende 25% de todos os casos de câncer da Bahia.  Alguns tumores chegam a 70%. A capacidade instalada do HAM já está completa, precisamos aprimorar na qualidade de alguns tratamentos e diagnóstico, a exemplo de cirurgia robótica, PET-CT, transplante de medula óssea, centro de pesquisa clínica, dentre outras coisas. O que a Bahia precisa é de mais dois Aristides Maltez pelo interior do estado”, revelou. 

O especialista apontou que o HAM registrou um aumento na demanda de atendimento ao câncer. O profissional de saúde ainda observou que o setor de oncologia no estado necessita de mais investimentos e remuneração. 

“Por ser uma referência no estado para todos os tipos de tumores. Inclusive os raros, o HAM só tem aumentado a sua demanda. Precisamos de mais investimentos com melhor remuneração e implantação de equipamentos não só em Salvador."

O profissional de saúde alertou a necessidade de ampliar também a quantidade de unidades de saúde que ofertem assistência oncológica. “Para um estado do tamanho da Bahia, 23 unidades é um número baixo. Se falarmos de alta tecnologia como radioterapia, por exemplo, é insuficiente”. 

Para o médico, o envelhecimento da população, o sedentarismo, a falta de uma alimentação saudável e desigualdade social são algumas das questões que impactam o diagnóstico de câncer. 

“O câncer já é a 2ª causa de morte no Brasil. O envelhecimento da população, o aumento no diagnóstico, o sedentarismo, a alimentação inadequada, só fazem aumentar o número de casos novos. A Bahia é um estado muito grande e com desigualdades enormes. O número de casos não diagnosticados deve ser muito grande. Então esses números tendem a aumentar”, disse o superintendente da Liga Bahiana contra o Câncer.

CÂNCER DE MAMA E DE PRÓSTATA 

Um dos tipos de câncer mais comuns, o câncer de mama e próstata registraram números expressivos na Bahia. O de mama causou a morte de 919 pessoas, sendo 907 de mulheres e 12 de homens, conforme as informações divulgadas pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), referentes a 25 de setembro de 2024.

Já os casos de internação, até julho de 2024, chegaram a 2.705 ocorrências (2.679 de mulheres e 26 de homens). No ano passado, foram registradas 4.071 de hospitalizações (4.005 de mulheres e 66 de homens), com 1.223 óbitos (1.209 de mulheres e 14 de homens). 

No câncer de próstata foram obtidos cerca de 1.588, no ano passado, e de 1.144, até agosto de 2024. Cerca de 3.103 homens foram internados em virtude da doença, no ano passado, e 2.122 até 30 de outubro de 2024. No Brasil, foram registrados 17 mil óbitos por câncer de próstata em 2023, uma média de 47 mortes por dia. 

Fonte: Bahia Notícias

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