Os deputados estaduais Adolfo Menezes (PSD), presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), e Binho Galinha (PRD) trocaram farpas na última terça-feira (3), após o comandante da Casa Legislativa cobra os demais parlamentares por uma posição sobre a Operação El Patrón, que tem Binho Galinha como um dos alvos.
Em um almoço com jornalista, Adolfo disse que os membros do Conselho de Ética da Alba, que analisam as denúncias contra Binho Galinha, estariam com "medo de agir".
“Vocês viram na imprensa a gravidade do problema, o esquema que é. A Justiça foi quem pegou todas as provas. Cabe ao presidente (da Assembleia – o próprio Adolfo) solicitar aos líderes para nomear os membros do Conselho de Ética. Os deputados dizem: ‘Se três juízes não quiseram pegar o caso, como é que a gente vai se envolver num negócio desse, andando pelo interior?’ Daqui a pouco estão matando. Como vai ficar? Medo de agir… Esperar a Justiça agir… Eu não tiro a razão deles. O cara vai ser herói? Os membros do Conselho de Ética estão reféns. Eles têm receio pela gravidade, pelo tamanho do problema”, disse Menezes.
Binho Galinha reagiu e, em nota divulgada para a imprensa e publicada nas redes sociais, disse que Adolfo “violou a presunção de inocência” e que o presidente da Alba conhece detalhes da Operação El Patrón.
“Ao se referir ao que ‘viram na imprensa’, o presidente da AL-BA se utiliza de ilações de quem não tem acesso ao processo, tampouco conhece as provas. Assim, viola a presunção de inocência e os demais direitos e garantias fundamentais, que são inerentes a todas as pessoas. É inadmissível que se trate uma pessoa como inimigo da sociedade. Urge destacar que os fins não justificam os meios” disse a defesa de Binho Galinha na nota.
“Até o momento, o deputado Binho Galinha não teve a oportunidade de se defender e apresentar sua versão sobre os fatos, tampouco suas provas, o que somente ocorrerá nesta semana, em resposta à acusação”, completou.
Operação El Patron
A troca de farpas entre os deputados acontece às vésperas de a Operação El Patrón completar um ano. A ação foi deflagrada no dia 7 de dezembro de 2023 e tem como objetivo desarticular um grupo criminoso especializada na lavagem de capitais advindos de jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada, entre outras infrações penais, que atuaria em Feira de Santana e nas cidades próximas e teria Binho Galinha como chefe do esquema.
Para acompanhar o caso, a Alba formou a Comissão de Ética, que teve o deputado estadual Vitor Bonfim (PV) como presidente e Marcelino Galo (PT) como vice-presidente do colegiado. Apesar disso, a comissão pouco se manifestou sobre o andamento das investigações.
Em maio, a Polícia Federal prendeu Bruno Borges França, apontado como assessor do gabinete do deputado. Borges seria um dos operadores financeiros da organização criminosa, que tinha como função lavar o dinheiro.
Além dele, a esposa de Binho Galinha, Mayana Cerqueira da Silva, foi presa no dia 9 de abril desse ano, por um suposto envolvimento no caso.
Fonte: Bnews
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