Um idoso de 85 anos reconheceu, de uma única vez, a paternidade de seis filhos, no município de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (28) pela Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA), que atuou no caso.

Antônio Sena de Lima esteve no órgão no dia 18 de novembro para assinar os termos de reconhecimento, sem a necessidade de exames de DNA. As seis pessoas que passaram a ter o nome do pai nos documentos pessoais têm idades entre 40 e 52 anos.

Ao todo, o idoso possui 14 filhos. No entanto, os que foram reconhecidos oficialmente neste mês e outros seis são frutos do segundo dele casamento com uma mulher com quem convive há mais de 60 anos. Outros dois são do primeiro relacionamento.

Ele relatou que, como havia sido casado anteriormente, soube que não podia registrar os filhos, apesar de não ter dúvida, em nenhum momento, sobre a paternidade.

Além disso, segundo a assessoria do órgão, por desconhecer seus direitos, Antônio pensou que, depois de tanto tempo, precisaria de exame de DNA para fazer o reconhecimento, e como não tinha condições de pagar pelos exames, nunca havia tentado resolver a situação.

Marinalva de Jesus, uma das filhas do idoso procurou a Defensoria e solicitou orientações, já que Antônio estava disposto a oficializar e documentar a paternidade. Devido ao histórico e relatos de todas as partes, não foi necessário fazer exames e a DPE atuou extrajudicialmente para dar celeridade ao caso.

Marinalva contou que decidiu procurar ajuda porque sentia constrangimento quando precisava solicitar algum documento e perguntavam pelo pai dela.

"Mesmo sabendo que nosso pai conviveu com a gente, nos criando, não tínhamos o nome dele no documento. Era vergonhoso na escola e em outros lugares. Aquilo doía na gente e faltava a prova [da paternidade], nos documentos. Os anos se passaram e eu resolvi procurar a Defensoria para resolver isso", afirmou.

A mulher ainda contou que uma irmã dela, já falecida, morreu antes de ter a paternidade reconhecida por Antônio. Os outros seis irmãos ainda não conseguiram resolver a situação, uns porque moram em outro estado e outros porque estavam viajando e não puderam comparecer na Defensoria Pública.

"Eu que me incomodei e falei que iria consertar isso por mim e por meus irmãos", finalizou.

Na data agendada, os seis filhos, além da mãe, compareceram à Defensoria e acompanharam a assinatura dos termos. O órgão oficializou o processo de reconhecimento voluntário, na presença de testemunhas, e encaminhou a documentação ao cartório, que emitirá as novas certidões de nascimento, com o acréscimo do nome do pai.

Fonte: g1

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