A Polícia Federal (PF) vai destinar R$ 423,6 milhões ao aluguel de helicópteros que serão usados no combate ao tráfico de entorpecentes. A aquisição mira, sobretudo, organizações criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). A licitação prevê a contratação de 23 aeronaves de porte leve do modelo AS 350-B3, fabricados originalmente pela Eurocopter, com sede na França.
Os helicópteros alugados devem ter capacidade para dois pilotos e, no mínimo, quatro passageiros, além de condições de voo diurno e noturno, blindagem do assoalho e portas laterais deslizantes, tanques auxiliares, comandos duplos, sistema de rastreamento via satélite e bancos de tropa mais leves que os convencionais. O aluguel deve disponibilizar um mínimo de 45 horas de voo por mês para cada aeronave.
Além dos helicópteros, a contratação inclui o aluguel e a instalação de sistemas completos de gravação, transmissão e comunicação, sistemas de imagens e sensoriamento compatíveis com os já utilizados pela PF, e o treinamento de solo e voo para pilotos dos quadros da corporação. O contrato terá vigência de 5 anos, podendo ser prorrogado por até 10 anos.
A Helibrás já fabrica o mesmo modelo, o AS 350-B3 Esquilo (tradução do “Ecureuil” da Eurocopter), cuja versão anterior é usada atualmente pela PF. A corporação possui, em atividade, seis helicópteros, entre eles uma aeronave de transporte bimotora AW 139 adquirida em 2013, 3 esquilos AS 350-B2 e 2 esquilos AS 355 bimotores.
De acordo com o estudo técnico da licitação, o aluguel das aeronaves vai “ampliar a capacidade operacional” da Coordenação de Aviação Operacional (Caop) da PF. Além do combate ao PCC e ao CV, as aeronaves também poderão ser usadas no enfrentamento a crimes ambientais.
É necessário, ainda, estimar um aumento das demandas, pois muitas unidades deixam de solicitar o apoio aéreo necessário pela alta indisponibilidade dos meios de asa rotativa da PF, principalmente pela idade avançada dos helicópteros em operação, utilizando, inclusive, o apoio de outras forças, muitas vezes com custos elevadíssimos, especialmente quando se faz necessário o emprego de meios das Forças Armadas, apontou a Polícia Federal.
A PF argumenta ainda que as aeronaves locadas, por terem as mesmas características das unidades em uso, poderão ser tripuladas pelos pilotos já treinados. “Ou seja, em uma situação eventual de indisponibilidade de um determinado equipamento, por razões de manutenção ou envolvimento noutra operação, ainda assim haverá a capacidade de atendimento das demandas solicitadas à unidade”, alega o estudo técnico.
É importante ressaltar que os atuais Bell 412 Classic que estão na frota da PF estão indisponíveis desde 2011 e encontram-se em processo de baixa, e que com a locação das novas aeronaves também serão objeto de baixa os helicópteros Esquilo biturbina AS 355, por se tratarem de aeronaves já descontinuadas pela fabricante e que hoje apresentam baixíssima disponibilidade, alerta.
Outra licitação
Em setembro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) abriu licitação no valor de R$ 364,5 milhões para aluguel de 26 aeronaves para a PF e a Força Nacional. O edital previa a destinação de 6 helicópteros para a PF, sendo um monomotor equipado com uma turbina na traseira, com capacidade para dois tripulantes e dois passageiros, além de 3 aeronaves monomotor modelo AS 350-B3 com capacidade para dois pilotos e quatro passageiros, e 2 aeronaves bimotor com capacidade para dois tripulantes e 10 passageiros.
Também foi incluída a locação de equipamentos de radiocomunicação, material blindado, cursos de pilotagem e serviços de operação de carga e descarga.
Fonte: Metrópoles
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