Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a presidência do Banco Central a partir do ano que vem, passa nesta manhã por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Caso seja aprovado pelos parlamentares na sessão marcada para começar às 10h, Galípolo passará pela apreciação do Plenário à tarde.
É esperado que, na comissão, os senadores questionem Galípolo sobre seu laço com o governo federal e posição em relação ao PEC da autonomia financeira.
Parlamentares ouvidos pela CNN disseram acreditar que a aprovação do nome de Galípolo deve ser “tranquila” tanto na CAE, quanto no Plenário da Casa. Mesmo senadores de oposição afirmam que “não haverá problemas” para o avanço da sua indicação.
Para os congressistas, o tópico mais sensível da sessão será sua relação com o Palácio do Planalto. Antes de ser indicado à diretoria de Política Monetária do BC, cargo que ocupa atualmente, Galípolo foi “número 2” de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda.
Quem é Gabriel Galípolo
Antes de assumir cargo de diretor de política monetária do Banco Central, no meio do ano passado, o economista era secretário-executivo no Ministério da Fazenda, considerado o “número 2” da pasta.
Aos 42 anos, Gabriel Muricca Galípolo, natural de São Paulo (SP), é formado em Ciências Econômicas, mestre em Economia Política pela Pontífica Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e possui uma pós-graduação em política econômica também pela PUC-SP.
Galípolo começou no setor público em 2007, no governo de José Serra (PSDB), quando atuou na Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo.
Já no setor privado, Galípolo se destacou no comando do Banco Fator, entre 2017 e 2021. Mesmo ano que se aproximou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante uma live com integrantes do mercado financeiro.
Galípolo já escreveu diversos livros junto a Luiz Gonzaga Beluzzo, um dos economistas mais afinados ao PT e professor, como “Dinheiro: o Poder da Abstração Real”, “A Escassez na Abundância Capitalista” e “Manda Quem Pode, Obedece Quem tem Prejuízo”.
O economista também foi entusiasta de um modelo que cria uma regra que controla o gasto, mas com espaço para que o valor evolua além da inflação, limitado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para não aumentar o tamanho do estado na economia.
Galípolo e os juros
Galípolo virou foco de atenção do mercado financeiro pelas falas que indicavam um novo ciclo de aumento dos juros pelo BC.
Desde maio, a taxa se encontrava em 10,5% ao ano até a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em setembro, onde a Selic sofreu um aumento de 0,25 ponto, agora em 10,75%.
Antes da reunião, o diretor de Política Monetária pontuou em diversos momentos que o aumento da Selic estava na mesa do BC e que essa medida seria tomada sem hesitação se fosse necessária para entregar a inflação dentro da meta.
Galípolo participou de nove decisões do Comitê, apoiando o ciclo de queda da taxa de juros no ritmo de 0,5 ponto a partir de agosto de 2023, inclusive na conturbada “rachadura” do colegiado em maio, quando os indicados pelo governo Bolsonaro votaram por diminuir o ritmo para redução de 0,25 ponto — e que acabou vencendo.
Fonte: CNN / Foto: Reprodução
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