Uma advogada foi presa suspeita de ajudar um chefe de facção criminosa preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, a se comunicar com membros de grupos criminosos na Bahia. Segundo a Polícia Federal, ela foi encontrada em Serrinha, cidade a 180 km de Salvador, na segunda-feira (21).

De acordo com apuração, Érica Priscila da Cruz Vitorino é namorada de Marlos Araújo Souza, conhecido como "Bolão", considerado criminoso de alto nível de periculosidade. Ele está preso no presídio de Serrinha.

As investigações apontaram que a advogada atuava através de videoconferências para permitir o contato dos preso, identificado como Jackson Antônio de Jesus Costa, conhecido como "Caboclinho", com membros de facções que estão soltos.

A prisão de Érica Priscila fez parte de uma operação da Polícia Federal que cumpriu seis mandados de prisão e nove de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento no auxílio ilegal ao homem apontado como chefe de facção.

A prisão da advogada é válida por 30 dias. A Justiça também determinou uma medida cautelar que suspende o serviço de advocacia da suspeita. Ela estava na casa onde mora quando foi encontrada, foi levada para a sede da Polícia Federal, em Feira de Santana, e depois transferida para a delegacia da instituição em Salvador.

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse que acompanha as investigações e que 'eventuais comportamentos antiéticos dos profissionais' podem ser enviados ao Tribunal de Ética e Disciplina.

Jackson Antônio de Jesus Costa é suspeito de chefiar uma facção criminosa responsável por tráfico de drogas e homicídios em Salvador. Ele também é apontado como um dos suspeitos de comandar os criminosos durante o tiroteio que terminou com a morte do policial federal Lucas Caribé, em setembro de 2023.

As investigações apontaram que com o auxílio da advogada e de outras pessoas, Caboclinho determinou o envio de cocaína para Europa e África. 

Em outra operação realizada na Bahia, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) atuaram com o objetivo de coibir a comunicação entre internos e pessoas que estão fora das prisões.

A ação ocorreu na segunda-feira e na terça (22), no Conjunto Penal de Feira de Santana, maior unidade prisional do estado, com cerca de 1.950 presos.

A operação, intitulada "Angerona", também teve como objetivo evitar atividades criminosas que possam ter origem no interior das unidades prisionais.

Nas varreduras de segunda-feira, agentes de segurança apreenderam celulares em sete celas, além de chips, cartões de memória, pen-drives, drogas e armas brancas improvisadas. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) não detalhou quais foram as quantidades encontradas de cada item.

Nesta terça, mulheres internas do Conjunto Penal de Feira de Santana, entre elas duas apontadas como chefes de grupos criminosos, tiveram as celas vasculhadas por policiais penais fenininas. Nenhum material ilícito foi encontrado.

Já em outros pavilhões, onde internos masculinos estão presos, foram apreendidos aparelhos celulares, porções de drogas, armas brancas improvisadas e uma serra. Todo o material será encaminhado para perícia do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Segundo o MP-BA, a ação, que também contou com participação da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) e Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), recebeu o nome de Angerona em referência à deusa do silêncio, com o objetivo de cortar a possível comunicação entre criminosos dentro e fora dos muros.

A operação contou com mais de 250 policiais e tem atuação da Superintendência de Gestão Prisional (SGP), Policiais Penais do Grupamento Especializado em Operações Prisionais (Geop), Central de Monitoração Eletrônica de Pessoas (CMEP), a Coordenação de Monitoramento e Avaliação do Sistema Prisional (CMASP), além dos Policiais Penais Ordinários.

Participaram ainda da operação a Companhia Independente de Polícia de Guarda de Feira de Santana (CIPG), Esquadrão de Polícia Montada de Feira de Santana, o Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), Rondesp-Leste, Grupamento Aéreo (Graer/PMBA), Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE / Leste) e equipes da Polícia Civil.

As buscas vão seguir com a atuação de policiais penais, policiais militares, equipes do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco/MP-BA), que realiza a preservação dos vestígios coletados, e o Grupo de Atuação Especial de Execução Penal (Gaep) do MP-BA, que acompanha a situação dos custodiados perante a Lei de Execuções Penais.

Fonte: G1 / Foto: Reprodução

Receba notícias do Jacobina Notícias pelo nosso Instagram e fique por dentro de tudo! Também basta acessar o canal no Whatsapp e no Google Notícias.

Comentários

Postagem Anterior Próxima Postagem