O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discutiu com ministros, na noite desta quinta-feira, 5, a situação do titular da pasta dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, denunciado à organização Mee Too por assédio sexual.

Uma das vítimas de Silvio seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. De acordo com Guilherme Amado, do portal Metrópoles, Lula conversou com Alexandre Padilha (PT), ministro das Relações Institucionais; Jorge Messias, advogado-geral da União; e Paulo Pimenta (PT), titular da Secretaria de Comunicação da Presidência.

Ainda segundo a coluna, caberá a Padilha a missão de falar em nome do Planalto sobre o episódio. O Mee Too confirmou as denúncias, mas preservou as supostas vítimas de Silvio.

Silvio de Almeida se manifestou, em nota divulgada pelo Ministério dos Direitos Humanos, e negou todas as acusações. O ministro afirmou ser vítima de um grupoque tenta "apagar e diminuir" a sua existência, e disse continuar lutando pelas mulheres.

Veja a nota:

Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país.

Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro.

Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro.

Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso.

As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram “denunciação caluniosa”. Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias.

Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização. Sempre lutarei pela verdadeira emancipação da mulher, e vou continuar lutando pelo futuro delas. Falsos defensores do povo querem tirar aquele que o representa. Estão tentando apagar a minha história com o meu sacrifício.

Fonte: A Tarde / Foto: Ton Molina

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