Após o fim da campanha na Venezuela, a orientação no governo brasileiro é evitar “ruídos desnecessários” às vésperas da eleição. A votação ocorre no domingo (28) sob desconfiança internacional da transparência dos resultados.
Em meio às incertezas do desfecho do processo eleitoral, integrantes da diplomacia afirmam que não é o momento de “engajar em bate-bocas desnecessários”, mas de aguardar a manifestação dos venezuelanos nas urnas com “prudência” e “calma”.
A cautela busca também preservar a reação do Brasil após a divulgação dos resultados. Esta é a eleição considerada mais difícil para Maduro, que enfrenta baixa popularidade. Por outro lado, a oposição, que tem como candidato Edmundo González Urrutia, vai para urnas com o otimismo reforçado.
A postura silente do governo foi adotada após uma semana marcada por inéditas declarações ríspidas entre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), até então aliados históricos.
Na segunda-feira (22), Lula, falando às agências de notícias internacionais, disse ter ficado “assustado” com a declaração de Maduro de que se ele perder as eleições haverá um “banho de sangue”.
“O Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora. Vai embora e se prepara para disputar outra eleição”, complementou o brasileiro.
O presidente venezuelano, que busca ser releeito para um terceiro mandato de seis anos, retrucou na terça-feira (23). Sem citar diretamente Lula, disse em um comício que “quem se assustou que tome um chá de camomila.”
Maduro, há 11 anos no poder, ainda atacou o sistema eleitoral brasileiro e mentiu ao dizer que as eleições não são auditadas. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) repudiou as falas de Maduro e cancelou o envio de dois observadores para o pleito.
Oficialmente, o Itamaraty e o Palácio do Planalto não comentaram. Nos bastidores, integrantes do governo afirmam que os recados para respeitar a eleição já foram dados tanto ao governo de Maduro quanto a opositores.
O assessor de Assuntos Internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, tem embarque previsto para a Venezuela nesta sexta-feira (26) para acompanhar a eleição. E poderá ter encontro tanto com integrantes do governo Maduro quanto da campanha do opositor Edmundo Gonzáles Urutia.
De acordo com o interlocutores, a determinação do presidente Lula (PT) de enviar Amorim sinaliza confiança de normalização do processo político da Venezuela.
Com informações do portal CNN
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