Há quem duvide da veracidade das informações divulgadas. Outros dizem que não servem para nada. No entanto, as pesquisas eleitorais existem e são cada vez mais comuns durante os pleitos. O número de sondagens de opinião feitas neste ano na Bahia já é 91% maior do que na comparação com o ano de 2020, quando ocorreu a última eleição municipal. Entre 1° de janeiro e 17 junho de 2024, 130 foram registradas no estado. No mesmo período, há quatro anos, 68 foram cadastradas no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


Durante todo o ano de 2020, foram realizadas 86 pesquisas eleitorais na Bahia. Em 2024, esse número já foi superado, mesmo antes do início oficial da campanha eleitoral, que só começa no dia 16 de agosto. O crescimento se deve ao aumento do uso de sondagens de opinião nas coberturas de pré-campanhas e campanhas políticas pelos meios de comunicação, conforme explica o cientista político Antonio Lavareda. “E esses meios se multiplicaram. Agora, além dos veículos tradicionais há toda uma gama de blogs e sites que também participam ativamente da dinâmica das eleições”, afirma.


Para Raquel Carvalho, doutora em Ciências Sociais e professora da Universidade Católica do Salvador (Ucsal), dois fatores impulsionaram a ampliação do número de consultas eleitorais: o aumento da profissionalização das campanhas e o ritmo intenso das pré-campanhas municipais. “A produção qualificada de material (eleitoral) exige informações de inteligência política. Um dos recursos utilizados é a pesquisa quantitativa, que pode ser registrada no TSE e posteriormente divulgada”, ressalta.


A especialista avalia ainda que a disputa por narrativas políticas e as novas estratégias de comunicação influenciaram para o crescimento dos levantamentos. Muitos candidatos fazem sondagens internas para aferir as preferências dos eleitores. A cidade de Coaraci, localizada na região cacaueira do estado, se destaca como o município onde mais pesquisas eleitorais foram encomendadas: sete, somente no período citado. No mesmo período, mas em 2020, nenhuma pesquisa foi registrada. O pódio ainda é composto por Salvador e Boquira, no Centro-sul baiano, ambas com seis levantamentos.


Institutos de pesquisas 

Mas, afinal, esse crescimento beneficia o leitor? De acordo com Lavareda, sim. Para ele, a ampla divulgação de pesquisas gera, consequentemente, mais informação para orientar os eleitores em relação ao “significado das candidaturas, os apoios respectivos e a força eleitoral dos postulantes”. Até mesmo quando há discrepâncias entre as consultas.

"Também é positivo na medida que ajuda os eleitores a entenderem que pesquisas são apenas fotografias do momento, quando captadas com métodos diferentes frequentemente geram resultados diferentes, e que muita água passa sob a ponte até o fechamento das urnas no dia das eleições”, complementa Lavareda. 


por

Antonio Lavareda

“"É positivo (o aumento no número de pesquisas) na medida que ajuda os eleitores a entenderem que pesquisas são apenas fotografias do momento."


Entre os institutos que mais realizaram pesquisas eleitorais na Bahia, estão: o Seculus Consultoria e Assessoria, com 56; Economic Pesquisas Consultoria Empresarial, Administração Pública e Marketing, com 10; e o MBF Eleva, com 7. A maior parte das pesquisas são encomendadas por veículos de comunicação, como o Bahia Notícias, Rádio Paiaiá FM e A Tarde. 


O aumento dos institutos de pesquisas também contribui para ampliar o número de sondagens de opinião. “Cada vez mais o político sabe que não dá para ele ser candidato sem pesquisa porque ele precisa de mais detalhes”, diz Murilo Hidalgo, diretor do Instituto Paraná Pesquisas, que realizou três levantamentos na Bahia neste ano, todos encomendados pelo portal Bahia Notícias. 


Entre os cinco maiores colégios eleitorais do Brasil, a Bahia ocupa o segundo lugar em número de consultadas, atrás apenas de São Paulo (maior colégio eleitoral do país). Até o último dia 17, os paulistas haviam registrado 148 pesquisas. Depois do estado baiano, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul compõem a lista com, respectivamente, 95, 58 e 10 levantamentos registrados. 


A menos de quatro meses para o primeiro turno das eleições municipais, a expectativa é que esse número cresça ainda mais. Isso porque a corrida eleitoral será intensificada, com as convenções partidárias e as propagandas eleitorais. “As redes sociais também serão aquecidas. A tendência é que até a eleição os candidatos e candidatas usem as pesquisas para convencer os eleitores de que são a melhor opção de voto”, explica Raquel Carvalho.


Fonte: Correio 24Horas


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