A Bahia se encontra na segunda posição entre os que mais desmataram no Brasil em 2023. Somente no ano passado, 796,2 hectares de vegetação foram suprimidos diariamente, o equivalente a 737 campos de futebol. É o que revela o Relatório Anual do Desmatamento, divulgado pelo MapBiomas no final de maio.

O avanço acelerado das atividades extrativistas na região da MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) é o principal responsável por esse indicador. Em 2023, a Bahia teve 290.606 hectares desmatados, ficando atrás apenas do Maranhão, com 331.225 hectares.

O relatório revela que a área desmatada na Bahia cresceu 27,5% em relação a 2022. O estado, que já ocupava a quarta posição no ranking nacional, subiu duas posições, chegando ao segundo lugar em 2023.

A Bahia possui a quinta maior dimensão territorial do país, porém essa vastidão não tem sido suficiente para proteger seus biomas. O Cerrado foi o mais afetado pelo desmatamento em 2023, representando 67% da área total devastada no estado. Em seguida, aparecem a Caatinga (32,2%) e a Mata Atlântica (1%).

A supressão desenfreada da vegetação para dar lugar a pastos e monoculturas no interior do estado é um dos principais fatores que impulsionam o desmatamento. Os municípios baianos lideram o ranking nacional: quatro das dez cidades com as maiores áreas desmatadas entre 2019 e 2023 estão na Bahia: São Desidério, Jaborandi, Cocos e Barreiras. Inclusive, São Desidério foi a cidade que mais registrou desmatamentos no Brasil no ano passado.

Os interesses do agronegócio são acompanhados por incentivos do próprio estado. Segundo o MapBiomas, a Bahia é o estado com a maior proporção de área desmatada com autorizações federais ou estaduais (51,8%). Na esfera estadual, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) é responsável por autorizar a supressão de vegetação.

Fonte: Bnews / Foto: OCG Saving The Ocean na Unsplash

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