Alexey Navalny, a principal figura da oposição russa e crítico declarado do Kremlin, que ganhou as manchetes globais quando foi envenenado em 2020, morreu, disse o serviço penitenciário russo, nesta sexta-feira (16).
Navalny era há muito tempo uma pedra no sapato do presidente Vladimir Putin, expondo a corrupção em altos cargos do governo da Rússia, fazendo campanha contra o partido no poder e orquestrando alguns dos maiores protestos antigovernamentais vistos nos últimos anos.
Ele retornou à Rússia em 2021 e foi rapidamente preso por acusações que rejeitou, dizendo que possuem motivação política. Ele estava na prisão desde então.
Os seus apoiadores continuamente alegaram que a sua detenção e encarceramento foram uma tentativa politicamente motivada de reprimir as suas críticas a Putin.
A morte de Navalany acontece pouco antes das eleições presidenciais da Rússia, marcadas para 17 de março, onde Putin concorrerá ao seu quinto mandato, em uma medida que poderá mantê-lo no poder até pelo menos 2030.
Navalny foi condenado a 19 anos de prisão em agosto passado, depois de ter sido considerado culpado de criar uma comunidade extremista, financiar ativistas extremistas e vários outros crimes.
Naquele momento, ele já cumpria uma pena de 11 anos e meio em uma instalação de segurança máxima por fraude e outras acusações que nega.
Quatro meses depois, os seus advogados afirmaram ter perdido contato com Navalny, que se acreditava estar preso em uma colónia penal a cerca de 240 quilômetros a leste de Moscou.
Ele não compareceu a várias audiências judiciais agendadas para dezembro.
Sua equipe jurídica disse, em 22 de dezembro, que ele estava desaparecido há 17 dias. “Navalny nunca esteve fora de vista por tanto tempo”, disse a equipe de Navalny em uma postagem no Telegram.
Depois de apresentar 680 pedidos para localizar Navalny, a sua equipe anunciou, em 25 de dezembro, que o tinha “encontrado” a mais de mil quilômetros de distância, na colônia penal IK-3 em Kharp, conhecida como “Lobo Polar”.
As condições lá são duras, com um regime especial na zona de permafrost. É muito difícil chegar lá e não existem sistemas de entrega de cartas, disse Ivan Zhdanov, diretor da fundação anticorrupção de Navalny.
Fonte: CNN
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