A Volkswagen corria o risco de ficar para trás no mercado nacional na corrida pela eletrificação e ainda mantinha projetos duvidosos no Brasil, como Amarok e Saveiro. Mas isso deve mudar a partir de agora com os R$ 9 milhões extras de investimentos anunciados pela empresa no Brasil. Entenda abaixo como a marca alemã planeja aplicar o aporte anunciado para mudar sua imagem no país.
Com um portfólio de 11 produtos no mercado nacional, a VW vive um momento de inflexão, também em parte provocado pela chegada das chinesas GWM e BYD. A marca parecia centrada em si, sem olhar o que estava acontecendo em volta. Por outro lado, a Stellantis que se antecipou e anunciou modelos híbridos flex no país, em uma estratégia também seguida pela Chevrolet.
Com R$ 16 bilhões garantidos até 2028, a VW pretende lançar 16 produtos no mercado nacional até o fim do ciclo. Entre eles, não estará o Virtus conversível, mas vários modelos bem mais acessíveis ao consumidor. A empresa também deve reverter as críticas que sofreu por ter abortado um projeto de sucesso: a picape Volkswagen Tarok, apresentada conceitualmente no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018.
O carro foi sensação de público e crítica, mas a marca adiou o lançamento, enquanto a Fiat Toro deslanchava em vendas. Mas agora parte do investimento será para a fabricação de uma picape na planta de São José dos Pinhais (PR). E a VW também confirmou se tratar de um utilitário acima da Saveiro e abaixo da Amarok.
A Tarok, nome que deverá ser mantido no novo produto, vai ser criada na mesma plataforma MQB do SUV T-Cross. O produto deverá ter entre 2,80 e 2,85 m de entre eixos e terá linhas externas inspiradas no conceito de 2018. A picape só chegará em 2026 e contará com outra novidade interessante: o motor 1.5 turbo flex híbrido.
Motor 1.5 TSI Evo2 Flex
Outra importante parte dos R$ 9 bilhões extras que a VW vai investir no Brasil será destinada à fábrica de motores em São Carlos (SP). Com isso, a marca alemã bateu o martelo no que já vinha sendo ventilado desde 2023 sobre a nacionalização do motor 1.5 híbrido.
O motor é uma evolução do atual 1.4 TSI, que deverá sair de linha por conta das emissões de poluentes. O novo 1.5 TSI Evo2 vai render os mesmos 150 cv e 250 Nm de torque, mas será muito mais eficiente e contará com eletrificação.
De acordo com o tipo de sistema híbrido que for acoplado, seja leve, HEV ou PHEV, poderá render até 272 cv de potência combinada, graças ao motor elétrico. O CEO da VW no Brasil, Ciro Possobom, garantiu que a empresa vai aplicar eletrificação em produtos de várias fatias de preço. Então, poderemos esperar em um futuro opções mais acessíveis com esse tipo de tecnologia.
MQB Hybrid
O aporte bilionário da VW no Brasil inclui uma nova plataforma chamada MQB Hybrid. Segundo a marca, será uma base flexível e sustentável, sendo capaz de receber recursos de eletrificação, desde híbridos leves até carros 100% elétricos. Essa nova arquitetura propõe mais espaço interno, uma vez que componentes podem ser excluídos de acordo com o projeto do carro.
O projeto MQB Hybrid da Volkswagen conta com uma nova arquitetura eletrônica que permite mais conectividade e tecnologia. Além disso, oferece mais conforto e aumento do espaço interno.
Desenvolvida pela Engenharia da Volkswagen do Brasil especialmente para mercados da América do Sul, a MQB Hybrid terá ainda ADAS (Advanced Driver Assistance System). Ou seja, os futuros carros terão sistemas avançados de proteção e direção semiautônoma.
‘Gol SUV’
Da planta de Taubaté (SP) virá um produto completamente novo, também incluído nos R$ 16 bilhões previstos até 2028. Curiosamente, em janeiro de 2024, a Prefeitura de Taubaté postou nas redes sociais que o novo carro seria o retorno do Gol, modelo clássico que foi produzido por 42 anos no Brasil.
A Volkswagen desmentiu a prefeitura, mas o futuro modelo acabou ganhando o apelido ‘Gol SUV’. Isso porque o modelo será um utilitário subcompacto, bem nos moldes de Fiat Pulse e Renault Kardian. O carro ainda terá elementos que lembram o histórico Gol, mas beberá da nova fonte de design da VW.
Fonte: CNN
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