Após o ministro Dias Toffoli suspender o pagamento das multas pela empreiteira Novonor, antiga Odebrecht, outras empresas envolvidas na Lava Jato pretendem acionar o Supremo Tribunal Federal por uma decisão similar. A Andrade Gutierrez e a Camargo Corrêa também querem renegociação dos seus acordos de leniência.

O acordo da ex-Odebrecht previa o pagamento de R$ 8,512 bilhões à União, a Estados, municípios, à Suíça e aos Estados Unidos em pouco mais de 20 anos.

Na decisão de Toffoli, o ministro acolheu o argumento da empreiteira de que os procuradores do Paraná e o então juiz Sergio Moro combinavam procedimentos de investigação e julgamento contra os envolvidos na operação Lava Jato.

O material foi descoberto durante a série de reportagens do Intercept Brasil, a Vaza Jato. O site obteve registros de conversas entre os procuradores, como Deltan Dallagnol, e o agora senador pelo União Brasil. As provas provocaram a operação Spoofing, que prendeu o hacker Walter Delgatti Neto.

Ora, diante das informações obtidas até o momento no âmbito da Operação Spoofing, no sentido de que teria havido conluio entre o juízo processante e o órgão de acusação para elaboração de cenário jurídico-processual-investigativo que conduzisse os investigados à adoção de medidas que melhor conviesse a tais órgãos, […] o que justifica, por ora, a paralisação dos pagamentos, tal como requerido pela Novonor, diz Toffoli na decisão.

A Novonor e a J&F conseguiram de Toffoli o acesso aos documentos da Spoofing, assim como a revisão e anulação dos acordos de leniência. A estratégia será seguida não só pela Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, mas como os alvos “físicos”, Léo Pinheiro e Alberto Youssef, também condenados a pagar multa.

O ex-doleiro Alberto Youssef, inclusive, pediu ao STF que investigue Sergio Moro por um suposto grampo ilegal em sua cela. Ele pediu que o ministro Dias Toffoli assuma a investigação.

Fonte: Metrópoles

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