O policial militar Allan Faquini Braga, de 33 anos, foi preso após ser flagrado com uma câmera e uma escuta escondidas durante a prova para um concurso de peritos da Polícia Civil de São Paulo, no domingo (3/12), na região da Liberdade, no centro da capital paulista.

Por causa do flagrante, o policial foi afastado de suas atividades e teve a arma de fogo recolhida, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP). O caso ocorreu uma semana após Nadine Novello Conde Carlos, que é filha de um policial civil, usar o mesmo recurso para tentar fraudar a prova para investigador da mesma instituição.

No caso de Allan, uma fiscal afirmou, em depoimento à Polícia Civil, que um candidato disse ter ouvido um som de rádio, no primeiro período de prova, pela manhã.

O rapaz estava sentado atrás Allan, que é soldado do 49º Batalhão da PM, na zona oeste paulistana. Em um primeiro momento, os fiscais acreditaram que o ruído poderia ser do ar condicionado.

Já no início da tarde, foi ouvido um som “sutil” de rádio, mas com origem ainda desconhecida.

Após o período mínimo de permanência na sala, a grande maioria dos concurseiros concluiu o exame, restando no local o soldado da PM e outros poucos candidatos. Foi quando uma fiscal ouviu novamente o som de rádio e teve certeza de que ele vinha de Allan. Ela, então, pediu apoio.

Abordagem e prisão

O soldado foi abordado por policiais civis, já fora da sala, e submetido ao detector de metais, que acusou a presença de dispositivos no PM.

Durante a revista, foram encontradas uma câmera na região do tórax do PM, um dispositivo com entrada de pen-drive na cintura e outro equipamento acoplado na gola de trás da camisa, de onde vinha o “som de rádio”.

“Em vão, Allan tentou esconder um dos dispositivos por baixo da cintura; informalmente, ele confessou o delito, alegando tê-lo cometido por desespero, prosseguindo-se em silêncio”, diz trecho do registro feito no 8º DP (Brás).

O PM foi preso em flagrante por associação criminosa e fraude em concurso público.

O celular dele foi apreendido e a quebra do sigilo do aparelho solicitada à Justiça, para que a polícia possa identificar outros envolvidos no esquema de fraude em concursos. Nenhum defensor de Allan foi encontrado até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

A SSP afirmou que, além do afastamento das ruas e do recolhimento da arma, o PM será investigado em um processo administrativo instaurado pela 1ª Delegacia Seccional.

Fonte: Metrópoles

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