Durante cerimônia de posse do novo procurador-Geral da República, Paulo Gustavo Gonet Branco, nesta segunda-feira (18/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que o chefe do Ministério Público Federal (MPF) não tem o direito de “brincar” com a instituição, nem de submeter a quaisquer interesses dos Poderes.

“O Ministério Público é uma instituição tão grande que nenhum procurador tem o direito de brincar com ela”, declarou o presidente.

Ainda de acordo com o presidente, “um procurador não pode se submeter a um presidente da República; não pode se submeter a um presidente da Câmara, não pode se submeter a um presidente do Senado, não pode se submeter aos presidentes de outros Poderes, mas também não pode se submeter à manchete de nenhum jornal e nem à manchete de nenhum canal de televisão”. 

Lula confirmou a indicação do nome de Gonet à PGR no último dia 27, e o escolhido foi sabatinado e aprovado pelo Senado Federal na semana passada. Durante sua fala, o presidente ressaltou a importância de o Ministério Público atuar como um defensor da “verdade”.

“A única coisa que eu peço a você [Paulo Gonet], em nome do que você representará daqui para a frente na história desse país, é que você só tenha uma preocupação: fazer com que a verdade, e somente a verdade, prevaleça acima de quaisquer outros interesses.

O presidente também destacou que “acusações levianas não fortalecem a democracia, não fortalecem as instituições”.

“Muitas vezes se destrói uma pessoa antes de dar a ela a chance de se defender, e quando as pessoas são provadas que são inocentes, essas pessoas não são reconhecidas publicamente”, acrescentou Lula.

Corrupção

Em um discurso focado na relevância do Ministério Público (MP), o Lula afirmou que a instituição não pode “achar que todo político é corrupto”.

“Não existe possibilidade de o Ministério Público achar que todo político é corrupto. Não existe possibilidade. Ou seja, que é um conceito que se criou na sociedade brasileira de que qualquer denúncia contra qualquer político já parte do pressuposto de que ela é verdadeira. E nem sempre é”, disse.

O presidente fez menção ainda aos atos de 8 de janeiro, defendendo o processo democrático como o regime “mais extraordinário” inventado.

Se a gente quiser evitar aventuras nesse país como a que aconteceu dia 8 de janeiro desse ano, se a gente quiser consagrar o processo democrático como regime político mais extraordinário que o ser humano conseguiu inventar, o Ministério Público precisa jogar o jogo de verdade - Luiz Inácio Lula da Silva.

Fonte: Metrópoles

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