O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino chegou à Bahia na tarde desta quinta-feira (5/10) para uma série de visitas técnicas e estabelecer novos investimentos e ações de combate à criminalidade.
O ministro vai participar da entrega de obras de modernização da sede da Polícia Federal, em Salvador , além da entrega simbólica da Delegacia da PF de Vitória da Conquista; assinatura do termo de cooperação para implantação da Delegacia da Polícia Federal em Feira de Santana; assinatura de acordo de cooperação técnica para criação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), em Ilhéus; repasse de recursos e entrega de veículos e equipamentos destinados ao incremento no sistema prisional da Bahia.
A visita foi divulgada após reunião entre o ministro e o governador do estado, Jerônimo Rodrigues, em Brasília.
A visita do ministro acontece em meio à onda de violência na Bahia que, em agosto, levou o governo federal a firmar um acordo com o estadual para combater o crime organizado.
Mapeamento de municípios
Antes das visitas técnicas do ministro, o g1 conversou com a delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Campos de Brito, que esteve na coletiva de imprensa realizada antes das ações de Flávio Dino na Bahia.
Ao ser questionada sobre a violência nas cidades do interior, principalmente em Jequié, onde houve uma chacina na manhã desta quinta-feira, a delegada disse que a Polícia Civil está trabalhando com inteligência e integração com policiais militares de cidades do interior da Bahia, com o objetivo de combater os grupos criminosos.
"Nós já mapeamos os 20 municípios que consideramos prioritários e com maiores índices de violência no interior da Bahia. Além de intensificar o aporte de servidores nas regiões e, através da inteligência policial, modificamos a forma de atuação das nossas equipes em campo, estreitando os laços e conseguindo uma informação muito mais célere e uma atuação também mais efetiva", explicou.
A delegada disse que que a polícia está trabalhando com as unidades especializadas no combate ao crime.
"As cidades menores, acaba que as equipes policiais conhecem mais de perto a comunidade e as informações acabam chegando de modo mais rápido, as equipes conseguem verificar mais fácil quando tem alguns indivíduos que não pertencem aquela comunidade que vão lá e que querem se estabelecer. Isso, de um lado, facilita também e, por outro lado, traz para a gestão essa necessidade de olhar com diferença para o interior do estado", contou.
Conforme Heloísa de Brito, o olhar da gestão tem sido não só para recursos financeiros e materiais como entrega de viaturas e o concurso, que segundo ela está em trâmite, além de capacitação de pessoal e de entendimento do cenário de cada município.
Apreensão recorde de fuzis
O número de fuzis apreendidos entre janeiro e setembro deste ano na Bahia mais que dobrou em relação ao comparado durante todo 2022.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), até segunda-feira (25), 48 armas deste tipo foram apreendidas. Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram apreendidos 22 fuzis.
Na segunda, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disse ao Blog da Andréia Sadi que o governo Lula (PT) pretende criar uma política conjunta entre Forças Armadas e Polícia Federal para combater a presença de fuzis e outras armas pesadas no Brasil.
"Eu conversei com [Flávio] Dino [ministro da Justiça e Segurança Pública] e queremos uma política conjunta da PF e das Forças Armadas para conter fuzis no Brasil e de armas pesadas também. É preciso padronizar os números de crimes para comparação, é isso que defendo, mas claro que os números são uma tragédia em todo Brasil. E piorou muito no governo Bolsonaro, quando teve o liberou geral de armas pesadas, como fuzis".
Mais de 40 mortes em confrontos
"Somos contra mortes em confrontos e que sejam externas ao confronto e essa é a orientação que estamos transmitindo", afirmou o ministro Flávio Dino.
Entre 1º e 24 de setembro, já foram registradas pelo menos 46 mortes em confrontos policiais em todo o estado. A proporção é de quase duas mortes por dia em setembro. Segundo o ministro, as forças de segurança pública recebem tanto acusações de excessos, como de omissões.
A maior parte das mortes foram registradas em bairros periféricos de Salvador, como Alto das Pombas, Calabar, Valéria e Águas Claras.
As corporações afirmam que, dos 46 mortos, 45 eram integrantes de facções criminosas ou suspeitos de outros crimes, como homicídios, e houve troca de tiros em todas as situações. Apenas uma vítima, o policial federal Lucas Caribé, não teria ligação com a criminalidade.
Fonte: g1
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