Autoridades palestinas alertaram neste sábado (21/10) que o volume de ajuda humanitária que chegou à Faixa de Gaza “não é suficiente” para aliviar a deterioração da situação humanitária. Água, alimentos e medicamentos foram enviados à região, que não recebeu combustíveis.

O chefe do Gabinete de Comunicação Social do Governo controlado pelo Hamas, Salama Marouf, disse que o comboio de ajuda “não será capaz de mudar a catástrofe humanitária que a Faixa de Gaza está vivendo”.

Ele reforçou ainda a importância “de estabelecer um corredor seguro que funcione 24 horas por dia para fornecer as necessidades humanitárias e de serviços que atualmente estão completamente ausentes”.

Marouf também destacou “a necessidade de abrir permanentemente a passagem de Rafah”, a fim de facilitar a evacuação dos feridos de Gaza.

Separadamente, o Ministério da Saúde palestino em Gaza disse em um comunicado neste sábado que a ajuda entregue neste sábado “constitui apenas 3% das necessidades diárias de saúde e humanitárias que costumavam entrar na Faixa de Gaza antes da agressão”.

Combustível não chegou com ajuda humanitária

Os caminhões que cruzaram a fronteira de Rafah neste sábado para entregar ajuda a Gaza transportavam alimentos, água e medicamentos, mas não tinham combustível.

Segundo autoridades egípcias, na passagem de Rafah, 13 caminhões transportavam medicamentos e material médico, cinco transportavam alimentos e dois caminhões transportavam água.

Um porta-voz palestino para a passagem da fronteira afirmou no sábado que os caminhões de ajuda não têm suprimentos “suficientes” para nem mesmo uma escola em Gaza. A CNN não pode verificar esta afirmação.

O chefe de comunicações do lado palestino da passagem de Rafah, Wael Abu Mohsen, também disse à mídia estatal saudita Al Hadath TV em uma entrevista neste sábado que o combustível não foi entregue, “apesar dos suprimentos de combustível estarem perigosamente baixos em hospitais e escolas em Gaza”.

O Ministério da Saúde acrescentou que “excluir a entrada de combustível como parte da ajuda humanitária continuará representando uma ameaça às vidas dos pacientes e dos feridos”, com os recursos dos hospitais em Gaza “completamente esgotados”.

O ministério apelou à comunidade internacional “para que tome medidas imediatas para fornecer combustível e suprimentos urgentes de saúde antes que mais vidas sejam perdidas dentro dos hospitais”, acrescentando que “sete hospitais e 25 unidades de saúde ficaram fora de serviço devido a ataques e esgotamento de combustível”.

O chefe da Iniciativa Nacional Palestina e ex-legislador Mustafa Barghouti ecoou o sentimento de Ramallah, na Cisjordânia ocupada.

“20 caminhões de ajuda para Gaza não vão mudar muito. Gaza precisa de pelo menos 500 caminhões de combustível, alimentos, medicamentos e água diariamente”, disse Barghouti.

“A necessidade imediata agora é de 7.000 caminhões de ajuda imediata. É por isso que 20 caminhões não vão mudar muito”, continuou ele.

Barghouti também disse que “o que precisamos é da abertura da passagem de Rafah, que poderá continuar a fornecer apoio a Gaza”.

“Precisamos de apoio imediato para reduzir este ato de punição coletiva contra o povo palestino”, acrescentou.

Fonte: CNN

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