O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou nesta sexta-feira (18/8), em mensagem publicada em rede social, o assassinato da líder quilombola Bernadete Pacífico, conhecida como "Mãe Bernadete". Na mensagem, Lula diz que o governo enviou representantes à Bahia e aguarda "a investigação rigorosa do caso".
Com pesar e preocupação soube do assassinato de Mãe Bernadete, liderança quilombola assassinada a tiros em Salvador. Bernadete Pacífico foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial na cidade de Simões Filho e cobrava justiça pelo assassinato do seu filho, também um líder quilombola.
O governo federal, por meio dos ministérios da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos e Cidadania, mandou representantes e aguardamos a investigação rigorosa do caso. Meus sentimentos aos familiares e amigos de Mãe Bernadete.
A primeira-dama Janja da Silva também usou as redes sociais para lamentar a morte de Lula.
É com profundo pesar e consternação que expresso minhas mais sinceras condolências pelo brutal assassinato da Mãe Bernadete Pacífico, ocorrido na Bahia na noite de ontem. Toda minha solidariedade aos familiares e à comunidade.
Outros políticos como o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e os ministros Anielle Franco, Silvio Almeida, Sonia Guajajara e Rosa Weber também se pronunciaram.
Crime contra ialorixá
Assassinada a tiros na noite de quinta-feira (17), a liderança quilombola também era ialorixá, líder religiosa, da comunidade Pitanga dos Palmares, e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq).
Em julho deste ano, Bernadete participou, ao lado de outras lideranças quilombolas da Bahia, de um encontro com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, na comunidade Quingoma, em Lauro de Freitas, também na Região Metropolitana de Salvador. Na ocasião, ela denunciou ameaças e violências contra a comunidade quilombola.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, Bernadete foi morta por dois homens, usando capacetes, que entraram no imóvel da associação quilombola onde estava a vítima e efetuaram disparos com arma de fogo.
Segundo a Conaq, "atuava na linha de frente para solucionar o caso do assassinato do seu filho Binho e bravamente enfrentou todas adversidades que uma mãe preta pode enfrentar na busca por justiça e na defesa da memória e da dignidade de seu filho."
Mãe Bernadete, como era conhecida, foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial na cidade de Simões Filho, onde fica o terreiro, durante a gestão do prefeito Eduardo Alencar (PSD) (2009-2016). 'Sambadeira', Bernadete também era conhecida por sua defesa da cultura popular quilombola. Em 2017, ela recebeu o título de Cidadã Simõesfilhense pela Câmara de Vereadores da cidade.
Ela cobrava justiça pela morte do filho, Flávio Gabriel dos Santos, o Binho do Quilombo, que foi assassinado em 2017, por homens armados também na área do quilombo.
O quilombo Pitanga dos Palmares, que era liderado por Bernadete também é responsável por uma associação onde mais de 120 agricultores produzem e vendem farinha para vatapá, além de frutas e verduras como abacaxi, banana da terra, inhame e maracujá. Cerca de 290 famílias vivem no local de 854 hectares. O quilombo foi certificado em 2004, mas ainda não teve o processo de titulação concluído.
Fonte: g1
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