O hacker da Vaza Jato Walter Delgatti presta, na manhã desta sexta-feira (18/8), outro depoimento à Polícia Federal (PF) para esclarecer as contradições entre o depoimento de quarta (16/8), à própria PF, e na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Delgatti foi convocado novamente pela corporação após atribuir, na CPI, ordens de uma série de atos antidemocráticos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, o hacker teria omitido algumas informações, como a participação de Bolsonaro em fraude eleitoral.
Na entrada da PF, o advogado dele, Ariovaldo Moreira, disse que o cliente não havia comentado as partes mencionadas sobre o Bolsonaro para a PF, apenas à CPI. A defesa também justificou que não tem gravações de Bolsonaro, porque o motorista da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) ordenou que o hacker colocasse o celular de chip recém-comprado no modo avião.
A sequência de menções a Bolsonaro na CPI responde a questionamentos do deputado Pastor Henrique Vieira (PSol-RJ). O parlamentar perguntou a Delgatti quem teria pedido que ele invadisse sistemas digitais do Conselho Nacional de Justiça. Delgatti afirmou que a ordem veio da deputada Carla Zambelli e de Jair Bolsonaro.
Depois, Henrique Vieira seguiu: “Quem pediu para o senhor assumir a autoria do suposto grampo contra o ministro Alexandre de Moraes? Quem te convidou para fazer propaganda eleitoral para sugerir ao povo uma suposta fraude no sistema eleitoral? Quem te encaminhou ao Ministério da Defesa para elaborar questionamentos ao TSE sobre o sistema de votação?”.
O deputado também questionou: “Quem te disse que, se o senhor cometesse um ilícito, seria perdoado e receberia um indulto? Quem te deu carta branca para agir até mesmo na ilegalidade?”. Delgatti respondeu “presidente Bolsonaro” para todas as perguntas.
Fonte: Metrópoles
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