O cajueiro é uma planta originária do Brasil e que se desenvolve bem no semi-árido nordestino. No ano passado houve aumento de 51% na produção do município Itapicuru, um dos principais produtores do estado, após agricultores terem sido qualificados pelo Programa Agronordeste, por meio da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Saber aplicar aos procedimentos e tecnologias para esse cultivo ajuda a elevar a produtividade e entregar produtos de qualidade ao consumidor final. Além disso, o pequeno agricultor que tem o controle do que é investido na sua plantação apresenta melhor gerenciamento de sua propriedade.
De acordo com o produtor de caju do povoado de Cachoeira, no município de Itapicuru, e presidente da Associação Comunitária do Povoado de Cachoeira, Diego Moreno, a produção melhorou 100% após ele ter sido atendido pelo programa no final de 2021 e início de 2022.
“No ano passado, nós mandamos 11 mil caixas (em média, cada caixa possui 350 cajus) para Salvador, que é o local onde vendemos os nossos produtos, porque superamos a dificuldade de manejo e controle de pragas”, comemora.
Ele conta que tem pé de caju pequeno e de 2, 4 e 16 anos e espera dobrar a produção neste ano. “A expectativa é boa. O clima está ajudando e nós estamos fazendo os manejos de forma correta para que, assim, possamos aumentar a produtividade ”, relata.
Segundo o engenheiro agrônomo e técnico em fruticultura do Senar, Gilmar Farias, é produzido, em média, 7 kg por planta de castanha de caju quando o produtor faz todas as técnicas de forma correta e desde o início da colheita. “Após uma safra que, às vezes, termina em fevereiro ou março, nós já temos que começar a cuidar do pomar, principalmente das podas. Elas são essenciais porque a produção do cajueiro vem toda nos ramos novos”. Ele afirma que, quando o agricultor dessa planta faz a poda e adubação de maneira certa, o cajueiro fica mais resistente às pragas e doenças, principalmente na região que tem incidência disso.
O médico veterinário e gerente do Senar na Bahia, Gabriel Menezes, informa que 30 mil produtores são atendidos em diversas categorias produtivas, sendo cerca de 400 produtores de caju em vários municípios do estado, tendo em destaque o Sertão Nordeste 2, principalmente nos municípios de Pombal, Tucano, Banzaê e Itapicuru.
Menezes explica que “o atendimento, que é feito gratuitamente, ocorre da seguinte forma: o técnico faz uma visita mensal de 4 horas, durante 2 anos em cada propriedade. Ele vai até o local e faz as recomendações técnicas, agronômicas e, principalmente, gerenciais para que o produtor consiga cada vez mais uma maior rentabilidade. Além da assistência técnica, nós juntamos grupos de produtores para fazer capacitação de algum método ou tecnologia” relata.
Produção e renda
Faz toda a diferença quando o agricultor de caju aplica na sua plantação o que ele aprende com o profissional especializado, pois uma técnica não realizada ou que acontece de forma errada prejudica na sua produção e, consequentemente, na sua rentabilidade.
“Muitas vezes o produtor esquece de podar a árvore e isso diminui a produtividade ao longo do tempo. Tem outro que produz há mais de 20 anos e não aplica um adubo. A falta de controle de pragas também. E, sem dúvidas, a questão genética, que são as recomendações de plantio de cajueiros precoces", pondera o gerente.
“Se nós só fizermos a recomendação técnica, o produtor, às vezes, ainda pode perder dinheiro de alguma forma e não gerenciar o seu negócio. Então, além das questões técnicas, o técnico ensina ao produtor a fazer a gestão da sua propriedade, que é saber gerenciar o seu negócio”, frisa Menezes.
Fonte: A Tarde
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