O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) lamentou nesta quarta-feira (22) a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, enquanto esteve preso, gostaria de se vingar do ex-juiz.

“Quando o presidente fala que pretende se vingar, isso ele expõe a mim e à minha família, de certa maneira, a risco, porque ele incentiva comportamentos de mentes influenciáveis que podem nos colocar em uma situação vulnerável”, disse em pronunciamento no plenário do Senado.

Mais cedo nesta quarta-feira (22), a Polícia Federal (PF) desarticulou um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e sequestro com extorsão, sendo Moro um dos alvos.

O parlamentar aproveitou, então, para pedir apoio da base aliada do governo para a aprovação de um projeto de lei que ele protocolou visando criminalizar o planejamento de atentados e ataques contra autoridades.

“Fui eleito senador, e o meu objetivo é olhar o presente e olhar o futuro, como o povo quer de nós”, complementou.

Durante a fala, Moro também se disse alarmado com a escalada do crime organizado e que o plano do PCC para atacar autoridades, incluindo ele, é uma retaliação ao seu trabalho.

Quando ministro da Justiça, Moro foi o responsável pela transferência para penitenciárias federais de líderes da facção criminosa. Durante o discurso desta quarta, o ex-juiz ressaltou que essa medida deveria ter sido feita “desde 2006”, quando houve uma sequência de ataques da organização criminosa.

“Os fatos de hoje revelam uma ousadia que, se não maior, é igualmente assustadora. Desconheço na história da República um planejamento de organizações criminosas dessa natureza contra promotor do caso que investiga o PCC, mas principalmente contra um senador da República”, pontuou.

Plano do PCC

Um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e sequestro com extorsão, foi desarticulado pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (22). O ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) era um dos alvos.

Até o momento, nove pessoas foram presas, sendo seis homens e três mulheres — todos estavam em São Paulo. Também foram apreendidas joias, dinheiro em espécie, celulares, uma moto e um carro de luxo. Outros dois procurados são do Paraná.

A investigação da PF aponta que o PCC tinha olheiros para monitorar a casa do ex-juiz, além de sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), e filhos.

Ainda conforme as autoridades, ao menos dez criminosos se revezavam no monitoramento, que aconteceria também em viagens fora do estado. Para isso, foram alugadas chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços do senador.

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que desde o começo dos anos 2000 investiga a facção, e era outro alvo do grupo. Ele tomou ciência do plano e avisou à cúpula da Polícia Federal em Brasília, que designou um delegado para abrir uma investigação.

Segundo a PF, a organização criminosa agia em São Paulo, no Paraná, em Rondônia, no Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. De acordo com as investigações, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea nessas cinco regiões.

Por CNN

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