Agricultoras quilombolas do grupo Gosto de Grota participaram de intercâmbio realizado na última terça-feira (21/3), na comunidade de Ponta Alegre, no município de Mirangaba, para trocar receitas, saberes e aprendizados com as mulheres do grupo Sabores do Quilombo. 

Esses coletivos são apoiados pelo Governo do Estado, por meio do projeto Pró-Semiárido e fazem parte de ação realizada nos territórios Piemonte da Diamantina e Bacia do Jacuípe para a geração de renda, autonomia e liberdade das mulheres participantes do projeto.

As mulheres aprenderam a fazer temperos para preparar carnes, frango, peixes, arroz e bananas chips, a partir das matérias-primas cultivadas nos seus quintais. Além das receitas, elas puderam, também, trocar experiências sobre o processo de organização coletiva e comercialização dos produtos, assim como, sobre suas histórias, desafios e a importância de fortalecer a participação das mulheres agricultoras, em especial quilombolas, nas políticas públicas destinadas ao campo.


“No pote do tempero não tem só os produtos dos quintais, tem a história de mulheres, dos seus quilombos. Tem a força e o suor dessas agricultoras, por tanto tempo excluídas e invisibilizadas”, assinalou a coordenadora local do Pró-Semiárido, Rejane Magalhães.

Ednilce Reis compartilhou com as demais mulheres o processo de formação do Sabores do Quilombo e incentivou as companheiras a não desistirem. “Já fomos alunas, hoje somos professoras. Vamos transmitir o aprendizado que nos trouxe até aqui nesse espaço de união, uma dando a mão a outra para não deixar a peteca cair”.

O grupo Gosto de Grota foi formado a pouco tempo, mas as agricultoras estão animadas com o trabalho, a exemplo de Vandeilza de Jesus que voltou para o seu quilombo após 11 anos vivendo na capital. 

Minha expectativa é trazer benefícios para a comunidade, novos aprendizados e a união entre as mulheres e, a partir daí, gerar uma renda extra e mais independência para que possamos crescer.

O Pró-Semiárido é uma ação do Governo do Estado de combate à pobreza rural, executada pela Companhia de Ação e Desenvolvimento Regional (CAR) e cofinanciada pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).



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