A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (3/2), a quarta fase da Operação Lesa Pátria, para identificar e prender pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos terroristas de 8 de janeiro, em Brasília. Até o momento, duas pessoas foram detidas.
As equipes cumprem três mandados de prisão preventiva, bem como 14 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Distrito Federal e nos seguintes estados: Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e São Paulo.
No dia dos atentados, Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal foram invadidos por extremistas, que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos dos três prédios.
Até as 10h30 desta manhã, a polícia prendeu dois dos três alvos. Um deles, em Rio Verde (GO). Lucimário Benetido Camargo, conhecido como Mário Furacão, é empresário e presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do município.
Em 8 de janeiro, ele gravou vídeos enquanto invadia as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Enrolado em uma bandeira do Brasil, ele registrou a explosão de bombas de efeito moral e criticou as forças de segurança que atuavam na região.
“Brasileiro só subindo a rampa, entrando cada vez mais, e os soldados tacando bomba no povo. Covardes”, disse.
Os fatos investigados pela PF representam, inicialmente, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
As apurações continuam, e a Operação Lesa Pátria se tornou permanente, com atualizações periódicas em relação ao número de mandados judiciais expedidos, pessoas presas e foragidos.
Fases anteriores
Na primeira fase da operação, deflagrada em 20 de janeiro, a PF prendeu os bolsonaristas Renan da Silva Sena; Ramiro Alves da Rocha, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros; Soraia Baccioci; Randolfo Antonio Dias; além de uma quinta pessoa, que não teve a identidade nem o local de prisão divulgados.
Na segunda etapa da força-tarefa, no último dia 23, policiais prenderam, em Uberlândia (MG), o extremista que aparece em vídeos destruindo um relógio histórico — trazido ao Brasil em 1808 —, no Palácio do Planalto.
Na terceira fase, houve dois extremistas presos em Minas Gerais; um em Santa Catarina; um no Paraná; e outro no Espírito Santo. Léo Índio, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estava entre os alvos de mandado de busca e apreensão cumpridos no DF e no Rio de Janeiro. Ele participou do atos terroristas.
Entre os presos da fase, deflagrada em 27 de janeiro, estavam os mineiros Marcelo Eberle Motta e Eduardo Antunes Barcelos — advogado que trabalha como coordenador da assessoria jurídica da Santa Casa de Misericórdia de Cataguases (MG).
Outra presa na operação foi Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, 67, conhecida como Dona Fátima de Tubarão. Em 8 de janeiro, um vídeo em que ela aparece durante a invasão ao Palácio do Planalto viralizou nas redes sociais. “É guerra. Vamos pegar o Xandão agora”, gritou, em referência ao ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Denuncie
A PF pede que caso algum cidadão tenha informações sobre a identificação de pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os fatos ocorridos no dia 8, em Brasília, encaminhe-as para o e-mail: denuncia8janeiro@pf.gov.br.
Por Metrópoles
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