Até o ano passado, a hipótese de Bolsonaro ficar inelegível era considerada improvável, mas ela passou a ser cogitada no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) depois de apoiadores do ex-presidente protagonizarem atos de vandalismo no dia da diplomação de Lula, em 12 de dezembro, e ganhou tração após a quebradeira na Praça dos Três Poderes, no início de janeiro.

Ministros e ex-ministros do TSE consideram emblemático o caso de Bolsonaro e alegam que, se o tribunal não punir o ex-presidente, endossará a ação dos radicais que atentaram contra a democracia e recorreram ao vandalismo para contestar a legitimidade das eleições.

O ponto-­chave na discussão jurídica é colocar o capitão na cena do crime, como mentor — ou mandante — de ações golpistas, exatamente o que Lula mais deseja. O TSE parece empenhado em passar a história a limpo. Há quem fale em decisão sobre o futuro político de Bolsonaro ainda neste ano.

O tribunal entrou na fase final de instrução da primeira das ações de inelegibilidade, na qual o ex-presidente é acusado de abuso de poder por ter convocado embaixadores em julho passado para expor supostas fragilidades do sistema eleitoral brasileiro.

O ministro Alexandre de Moraes também é responsável por inquéritos no Supremo que tratam do ataque às instituições à cadeia de comando dos atos golpistas de 8 de janeiro, ou seja: ele tem poder de sobra para, pelo menos, constranger o ex-pre­sidente.

Por Veja

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