O cheiro do mar se confunde com o da alfazema, na praia do Rio Vermelho, em Salvador. É 2 de fevereiro, dia de Iemanjá. Após dois anos de festa suspensa por causa da pandemia, os bons filhos à casa tornaram.
Yemoja, Janaína, Mãe d’Água, Dandalunda, Rainha do Mar. São muitos os nomes para celebrar a mãe de todos os orixás: os paridos, como Oxóssi, e os acolhidos, como Xangô. A festa de celebração a quem traz fartura, prosperidade e serenidade chega aos 100 anos.
Para saudar a protagonista, a alvorada dos pescadores ainda na madruga anunciou o início dos festejos. O ritual de todos os anos — mesmo quando em suspensão do festejo popular por causa pandemia — segue a tradição de agradecimento pela fartura que vem da água salgada.
Aí então estão abertas “as portas do mar”, para quem vai oferecer presentes a Iemanjá. Pelas práticas das matrizes africanas, se ele afundar é porque foi aceito por ela. Caso contrário, quer dizer que a dona do mar rejeitou a oferenda.
A tradição do pedido de bênçãos vem junto com outra velha conhecida: a fila dos devotos para depositar as ofertas na Colônia de Pescadores. É de lá que a maioria dos presentes, entre eles muitas flores, descem para o mar.
Há também quem prefira levar as oferendas por conta própria, para fazer sua reza para o orixá com mais intimidade. Aí então se segue outro conhecido ritual de renovação da fé: descer a escadaria, pisar na areia e chegar à beira da água. Os pescadores, como sempre, esperaram os devotos na praia para levá-los mar adentro.
As várias rodas de samba na areia da praia são o toque final da festa de Iemanjá, que é marcada principalmente pelas tradições coletivas.
Por g1 / Fotos: Max Haack/Ag.Haack
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