O tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, o “coronel Cid”, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, está no centro de mais um escândalo que promete tirar o sono do ex-presidente. A mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) investiga a participação do militar em um suposto esquema de caixa 2 dentro do Palácio do Planalto.
Além de bancar gastos da ex-família presidencial, o esquema pode ter sido usado para financiar os atos de terrorismo em Brasília do dia 8 de janeiro. As informações são do portal Metrópoles, publicadas nesta sexta-feira (20).
O esquema, operado sempre com dinheiro vivo, seria proveniente de saques feitos a partir de cartões corporativos da Presidência. Cid também teria recebido outros valores em espécie, oriundos de saques feitos por militares bolsonaristas em quartéis de fora de Brasília. De acordo com o site, esses detalhes estão sob sigilo.
Conforme apontam as investigações, o assessor direto do ex-presidente seria o responsável pelo pagamento das contas da família Bolsonaro. Muitas das operações realizadas pela equipe do ajudante de ordens era com dinheiro em espécie, sacados na boca do caixa de uma agência bancária instalada dentro do Palácio do Planalto.
O dinheiro seria usado, dentre outras coisas, para pagar um cartão com despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Esse cartão, no entanto, estaria em nome de uma amiga de Michelle, Rosimary Cardoso Cordeiro, que é funcionária do Senado.
Assim, durante as investigações, os policiais teriam se deparado com um modus operandi similar ao esquema das rachadinhas, do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o filho O1 do ex-presidente, com “indícios fortes” de lavagem de dinheiro. “Dinheiro manejado à margem do sistema bancário. Saques em espécie, pagamentos em espécie. Uso de funcionários de confiança nas operações. As semelhanças levaram a um apelido inevitável para as transações do tenente-coronel do Exército: “rachadinha palaciana”, aponta a reportagem.
Celular-bomba
Cid era o guardião do telefone celular de Bolsonaro. Desse modo, atendia ligações e respondia mensagens em nome do chefe. Além disso, o assessor seria o elo entre o ex-presidente e bolsonaristas radicais, que há tempos vinham instigando ataques às instituições democráticas. Um dos exemplos é o blogueiro Allan dos Santos, que está foragido da Justiça brasileira, vivendo nos Estados Unidos.
Mas é o celular do próprio militar que parece ser a “caixa-preta” de todo o esquema. Ainda no ano passado, os investigadores tiveram acesso a mensagens de texto, imagens e áudios encontrados no aparelho do oficial. Nesse conteúdo, encontraram indícios de transações financeiras suspeitas realizadas por ele. A partir daí, o ministro Alexandre de Moraes autorizou quebras de sigilo que revelaram as operações, muitas delas com dinheiro em espécie.
As transações incluíam muitas despesas com “valor ínfimo” feitas a diversas pessoas. Daí a suposta necessidade dos valores em espécie. Cid também utilizava esses recursos para pagar fornecedores que “prestavam serviços informalmente”. Essa relação com bolsonaristas radicais e supostos “fornecedores” levanta a suspeita dos investigadores que o dinheiro do caixa 2 pode ter parado nas mãos dos terroristas que atacaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Por Rede Brasil Atual
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