A justiça finalizou, na manhã desta quinta-feira (15/12), a audiência de instrução e julgamento de Marcelo da Silva, acusado de assassinar a menina Beatriz Angélica, de 7 anos, no dia 10 de dezembro de 2015, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, Sertão de Pernambuco. A testemunha da defesa, um morador de rua, que não havia sido localizado na audiência do dia 23 de novembro, foi ouvida. Durante interrogatório, o réu optou por ficar em silêncio.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), encerrada a audiência, a defesa do réu pediu vista dos autos para se manifestar no prazo de 48 horas e requerer diligências. Após a realização das diligências solicitadas pela defesa e manifestações das partes (Ministério Público, Assistente de Acusação e Defesa), haverá decisão a respeito da submissão ou não do réu ao Júri Popular.
Bastante emocionada, a mãe de Beatriz, Lúcia Mota, disse que acredita que Marcelo será levado a júri. Ela espera que a data do possível julgamento seja marcada o mais rápido possível.
Não vou admitir qualquer tipo de atraso, de protelação, não vou admitir. Todo dia 10 de cada mês, estarei aqui na frente deste fórum, cobrando desta comarca a data do júri de Beatriz. Não vou parar, não vou descansar enquanto esse júri não acontecer.
O advogado de defesa, Rafael Nunes, destacou a orientação da defesa para que Marcelo ficasse em silêncio durante o interrogatório.
Exercício de um direito constitucional. Estamos diante de um processo complexo, onde, nesse momento, a orientação da defesa é de silenciar. Ele permaneceu em silêncio porque é um direito dele e no momento certo, caso ele venha a ser pronunciado ao júri, aí, sim, ele vai falar o que tem para falar.
Durante os três dias de audiência, foram ouvidas oito testemunhas indicadas pelo Ministério Público, entre elas Lúcia Mota, mãe de Beatriz. Das oito testemunhas apontadas pela defesa, sete foram ouvidas e uma dispensada. A audiência de instrução foi realizada nos dias 22 e 23 de novembro, e nesta quinta-feira (15), sendo presidida pela juíza Elane Brandão.
Protesto da família
Os pais de Beatriz, Sandro Romilton e Lúcia Mota, chegaram cedo ao fórum de Petrolina. Com ajuda de integrantes do grupo " Somos Todos Beatriz", colaram diversos cartazes nas grades e na rampa que dá acesso ao fórum, com a foto de Marcelo da Silva acompanhada do nome “Assassino”.
No final da audiência, quando Marcelo da Silva estava sendo levado de volta para o presídio, ele recebeu xingamentos de um grupo de manifestantes que estava no local.
Entenda o caso
Beatriz Angélica foi morta em 10 de dezembro de 2015, quando estava na formatura da irmã, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Segundo investigações, a menina recebeu dez facadas.
Ela saiu do lado dos pais para beber água e desapareceu. Vídeos registraram o momento em que a menina saía da solenidade. O corpo de Beatriz foi achado dentro de um depósito de material esportivo da instituição, com uma faca do tipo peixeira cravada na região do abdômen. A menina também tinha ferimentos no tórax, membros superiores e inferiores.
Marcelo da Silva foi apontado como suspeito de matar Beatriz no dia 11 de janeiro deste ano. Ele já estava preso respondendo por outros crimes. Na época, Marcelo confessou o assassinato. Poucos dias depois, o advogado de defesa, Rafael Nunes afirmou que o cliente escreveu uma carta dizendo ter sido pressionado a confessar o assassinato.
Por g1
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