Em discurso no Lide Brazil Conference, em Nova York, nos EUA, nesta segunda-feira, 14, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ressaltou o combate à desinformação, e disse que o legislativo terá “papel importantíssimo e necessário”, e que a democracia brasileira está sendo corroída pela desinformação.
Moraes se manifestou após uma série de ataques que cinco ministros da Suprema Corte sofreram nos Estados Unidos. Eles foram hostilizados por bolsonaristas na porta do hotel onde se hospedaram para participar do evento que aborda liberdade e democracia. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que não aceitam a vitória nas eleições do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fizeram vigília no local e ofenderam os juízes do STF com palavras de baixo calão.
No domingo, uma mulher xingou Luís Roberto Barroso. O ministro respondeu: "Não seja grosseira". Além de Moraes e Barroso, também estão em Nova York Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. Os ministros deixaram o hotel sob xingamentos, com escolta de seguranças.
Durante a manifestação, os bolsonaristas cantaram o hino nacional, rezaram o Pai Nosso e pediram intervenção militar. “Não é possível que nós não tenhamos consciência que a desinformação, o discurso de ódio, discursos preconceituosos, discursos agressivos nas redes sociais vêm corroendo a nossa democracia”, disse Moraes.
O Lide Brazil Conference acontece em Nova York, nos dias 14 e 15 de novembro, e reúne mais de 260 empresários e políticos. Em analogia às empresas privadas, Alexandre de Moraes afirmou que “nenhuma delas resistiria a campanhas de desinformação e ataques como houve e vêm ocorrendo em relação ao poder Judiciário”.
“Não resistiriam porque não há uma regulamentação em relação às redes sociais e isso é um problema mundial.”
O ministro citou a União Europeia e países como Austrália e EUA, onde uma regulamentação já está em curso ou sendo preparada. “Não é possível que as milícias digitais possam atacar impunemente sem que haja uma responsabilização dentro do binômio tradicional histórico da liberdade de expressão, que é a liberdade com responsabilidade”, afirmou Moraes.
“Essas redes sociais, essas pessoas, supostamente pertencem à imprensa acabam se misturando com a imprensa séria, tradicional; só que a imprensa tradicional tem responsabilidade, pode eventualmente ser responsabilizada e por isso ela tem respeitabilidade. No momento em que essas pessoas, esses supostos jornalistas, influencers, se misturam com a imprensa tradicional, hoje grande parte da população não sabe mais o que é noticia verdadeira e o que é fraudulenta, isso vai corroendo a própria imprensa tradicional”, salientou.
Por A Tarde
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