Foi divulgado, nesta sexta-feira (25/3), o relatório psiquiátrico da moradora de Planaltina (DF) que foi flagrada, na noite de 9 de março, mantendo relações sexuais dentro de um carro com Givaldo Alves, 48 anos, que vive em situação de rua. O Correio teve acesso ao documento que traz detalhes do estado de saúde mental da mulher no dia em que o marido a encontrou com Givaldo e o agrediu acreditando que a mulher estaria sofrendo violência sexual.

“Trabalhamos com a hipótese diagnóstica de transtorno afetivo bipolar em fase maníaca psicótica (F31.2 CID-10)”, diz o laudo. A avaliação médica afirma que foi iniciado tratamento psicofarmacológico e terapia antirretroviral profilática — para evitar a multiplicação do HIV, vírus causador da aids.

A data do documento aponta que o laudo foi feito seis dias depois do caso, 15 de março. No dia seguinte após o flagrante, a mulher chegou a ser levada ao Pronto-Atendimento do Hospital Regional de Planaltina (HRPL), pois apresentava alterações comportamentais e quadro delirante.

No mesmo dia, ela passou por avaliação psiquiátrica no Hospital de Base, onde foi diagnosticada com bipolaridade em fase maníaco-psicótica. Após as consultas, ela foi submetida a internação psiquiátrica. Em 14 de março, Sandra foi encaminhada ao Hospital Universitário de Brasília.

O médico psiquiatra do HUB Mário de Abreu Gonçalves assina o laudo e cita um quadro de taquipsiquismo (aceleração do ritmo do pensamento), com hipervigília (episódio maníaco), hipertimia (excesso de agitação), comprometimento da crítica e conteúdo delirante. “Acreditamos que, neste momento, em razão de seu estado psicopatológico, a paciente não é capaz de responder por si, tampouco de exercer vários atos da vida civil, em especial o de assinar documentos e procurações, assim como de celebrar contratos ou contratar serviços de qualquer natureza”, destaca o médico, no texto.

Até o momento, a equipe médica do HUB não confirma previsão de alta da paciente, e aguardam a melhora clínica da paciente. A reportagem tenta contato com a família da mulher para esclarecer o estado de saúde dela.

Histórico

Além do diagnóstico do momento de alteração, a mulher teria apresentado o quadro de adoecimento mental desde o fim de janeiro, de início insidioso e progressivo, com estado de aceleração mental psicótica, conforme o laudo. 

"Foram descritas: alucinações auditivas, delírios grandiosos e de temática religiosa, hipertimia, falso reconhecimento, comportamentos desorganizados e por vezes inadequados", descreve o médico no documento.

Entre os comportamentos desorganizados, estão: gastos excessivos, doação de seus pertences, resistência em se vestir e hiperreligiosidade. "Consta ainda histórico de síndrome depressiva reativa em 2017 e estado de aceleração mais atenuado em 2018, este último marcado por hipertimia com taquipsiquismo e aumento considerável de suas atividades", finaliza o profissional de saúde.

Fonte: Correio Braziliense

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