Durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Jacobina, realizada nesta quinta-feira (24/3), a diretora da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Kátia Leite falou sobre o trabalho realizado pela entidade e pediu apoio do poder público no sentido de destinar recursos para a manutenção dos serviços.

Em entrevista ao repórter Paulo Mateus do Jacobina Notícias, Kátia citou alguns dos serviços prestados pela APAE e os problemas que precisam enfrentar por falta de recursos.

"A gente trabalha na educação, reabilitação e assistência de crianças com síndrome de Down e outras deficiências também. Então, nesse percurso, o que acontece, a gente inaugurou alguns serviços de reabilitação no ano passado e estamos encontrando dificuldades para manter. Inauguramos serviços de equoterapia, que teve um recurso público que não foi aprovado, aí ele foi mantido esse ano com ajuda do empresário Adriano Mota, do Haras Cidade do Ouro. E a gente está fechando esse serviço, então viemos pedir ajuda da Câmara de Vereadores para nos ajudar com projetos de lei com recursos para esses serviços", disse Kátia.

A diretora da APAE também citou a falta de motorista e veículo para "realizar o transporte escolar" das crianças, o que classificou de "retrocesso". 

A gente mora numa cidade que não tem acessibilidade, a questão do transporte público não é dos melhores, então gera uma exposição [das crianças] e uma precarização da ida dos alunos da APAE, que têm muitas faltas porque é complicado a família se deslocar com uma pessoa com deficiência pelas ruas de Jacobina até chegar na APAE.

Questionada pela reportagem sobre os recursos destinados à APAE, tanto federais quanto municipais, Kátia disse que a entidade recebe verba "carimbada" do Governo Federal destinado a saúde, e destacou os recursos que a Prefeitura de Jacobina destina. No entanto, de acordo com Kátia, a grande dificuldade tem sido nas áreas da educação e assistência. 

"Hoje, a Prefeitura Municipal de Jacobina nos faz repasse fixo de R$ 68 mil por ano, mais a parte variável que dá, mais ou menos, R$ 5 a R$ 6 mil por mês. É um bom recurso, é mais do que a gente já recebeu em outras gestões, mas isso ainda é pouco porque os serviços também cresceram. O serviço ele se efetiva, ganha nome e ele cresce, as pessoas procuram. E a gente hoje tem fila de espera. Hoje, a gente precisa ampliar a sede da APAE, a gente precisa consertar nosso parquinho porque tem muita criança e o parque está imprestável, a gente precisaria fazer esse serviço de transporte, mas não temos dinheiro para contratar o motorista e não tem dinheiro para comprar um carro novo. Então, veja que R$ 68 mil por ano não dá nem para a gente comprar um carro, não dá pra comprar uma van. Uma van está na faixa de R$ 200 mil, como a gente vai comprar?", concluiu.

Por Jacobina Notícias / Foto: Paulo Mateus

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