O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) convocou, neste domingo (27), uma reunião emergencial da Assembleia-Geral, com 193 países membros para tratar da invasão da Ucrânia pela Rússia. O encontro será realizado nesta segunda-feira (28), enquanto aliados ocidentais intensificam uma campanha diplomática para isolar Moscou.
A votação do conselho de 15 membros foi processual para que a Rússia não pudesse exercer seu veto. Uma resolução convocando a sessão da Assembleia Geral foi adotada com 11 votos sim. A Rússia votou contra, enquanto China, Índia e Emirados Árabes Unidos se abstiveram. O Brasil foi a favor.
Espera-se que a Assembleia-Geral vote uma resolução semelhante na quarta-feira (1º), disse a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, ao Meet the Press da NBC neste domingo. Nenhum país tem direito a veto na Assembleia-Geral.
Ministério do Interior ucraniano atualiza número de civis mortos
O número de pessoas mortas na Ucrânia após a invasão russa é de 352 civis, afirmou o Ministério do Interior da Ucrânia neste domingo.
Pelo menos 14 dos mortos são crianças, segundo o ministério. Outras 1.684 pessoas, incluindo 116 crianças, ficaram feridas.
Ainda neste domingo, Oleksandr Svidlo, prefeito interino da cidade de Berdyansk, na costa sul da Ucrânia, disse que as forças russas entraram e assumiram o controle da cidade.
Berdyansk, que tem uma pequena base naval, tem uma população de cerca de 100 mil habitantes.
O prefeito disse que os funcionários foram solicitados a continuar trabalhando, “mas sob o controle de homens armados. Considero esta proposta inaceitável, então nós, como todos os membros do quartel-general operacional, deixamos o prédio do comitê executivo”.
União Europeia anuncia envio de armas para a Ucrânia
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e Josep Borrel, chefe da diplomacia da União Europeia (UE), anunciaram neste domingo que o bloco enviará armas para a Ucrânia.
“Pela primeira vez, a UE financiará a compra e entrega de armas e equipamentos a um país sob ataque”, afirmou Von der Leyen. Mais cedo, a Alemanha havia anunciado que cederá armas para a Ucrânia
“É nosso dever fazer o possível para apoiar a Ucrânia em sua defesa contra o exército invasor de Putin. Por isso, estamos entregando mil armas antitanque e 500 mísseis Stinger para nossos amigos na Ucrânia”, informou o chanceler alemão Olaf Scholz, pelo Twitter.
A União Europeia também irá banir voos, impor novas sanções a Belarus e proibir canais de propaganda russos. As medidas são uma retaliação ao governo do presidente Vladimir Putin, que nesta semana iniciou uma invasão contra o território da Ucrânia.
“Primeiro, estamos fechando o espaço aéreo da UE para aeronaves de propriedade russa, registradas na Rússia ou controladas pelo país. Elas não poderão pousar, decolar ou sobrevoar o território da União Europeia”, disse. “Incluindo os jatos particulares dos oligarcas”.
Dessa forma, o espaço aéreo da União Europeia estará fechado para a Rússia.
Putin ordenou que seu comando militar coloque unidades que incluem armas nucleares em alerta máximo. Putin citou como argumento “declarações agressivas” de líderes da Otan e sanções econômicas contra Moscou.
“Como você pode ver, não só os países ocidentais tomam medidas hostis contra nosso país na dimensão econômica – quero dizer as sanções ilegais que todos conhecem muito bem –mas também os altos funcionários dos principais países da Otan se permitem fazer declarações agressivas ao nosso país”, disse Putin na televisão estatal.
Outra medida também será tomada pela União Europeia. Ursula declarou que as estatais russas Today e Sputnik, e suas subsidiárias, “não poderão mais espalhar suas mentiras para justificar a guerra de Putin”.
Zelensky confirma encontro com russos na fronteira de Belarus
Neste domingo (27), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou um encontro para tratativas com a Rússia sobre a atual situação no país, que enfrenta ataques russos desde a última quinta-feira (24).
Segundo o vice-ministro do Interior da Ucrânia, Evgeny Yenin, as conversas entre as delegações ocorrerão na manhã desta segunda-feira (28), no horário local.
O gabinete de Zelensky informou que o presidente de Belarus, Aleksander Lukashenko, telefonou neste domingo a Zelensky. O encontro será na fronteira entre os dois países, nas proximidades do rio Pripyat.
“Os políticos concordaram que a delegação ucraniana se reunirá com a delegação russa sem pré-condições na fronteira da Ucrânia com Belarus, perto do rio Pripyat”, disse seu gabinete.
Segundo a Ucrânia, Lukashenko garantiu que os militares permanecerão em solo, sem atividades, durante a viagem da delegação, no momento da reunião e durante o retorno.
“Aleksander Lukashenko assumiu a responsabilidade de garantir que todos os aviões, helicópteros e mísseis estacionados no território bielorrusso permaneçam no solo durante a viagem, reunião e retorno da delegação ucraniana”, diz o gabinete.
Mais cedo, a Ucrânia recusou um convite para negociações com a Rússia em Belarus, mas afirmou que estava aberta ao diálogo.
Queremos afetar a elite russa que apoia Putin, diz chefe de diplomacia da UE
O vice-presidente da Comissão Europeia Josep Borrell, responsável pela diplomacia da União Europeia, anunciou neste domingo que o bloco vai anunciar novas sanções contra a Rússia na segunda-feira (28) devido à continuidade da invasão da Ucrânia, e que os próximos alvos serão empresários russos.
“Queremos afetar a elite russa, que apoia Putin e se beneficia desse regime, e além desse pacote de sanções, temos outras sanções que focam em corrupção e desinformação”, afirmou Borrell.
As novas sanções também deverão mirar figuras politicas “que têm um papel chave no governo de Putin, e que disseminam propaganda política e militar”.
Borrell destacou que a decisão de banir a Rússia do Swift precisará ser implementada antes da segunda-feira, quando os bancos centrais ao redor do mundo retomam os seus trabalhos.
Itamaraty anuncia envio de funcionários a Varsóvia para auxiliar brasileiros
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou neste domingo (27) o envio de oito funcionários para Varsóvia, cidade na Polônia que tem recebido pessoas que fugiram da Ucrânia, incluindo brasileiros.
O objetivo, segundo a pasta, é auxiliar os brasileiros que estão na cidade. A recomendação é que brasileiros próximos à fronteira entre Ucrânia e Polônia entrem em contato com o plantão do Itamaraty em Varsóvia, pelo número de telefone +48608094328.
Em nota à CNN, o Itamaraty informou que os servidores “já estão a caminho” de Varsóvia.
Pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro informou que 37 brasileiros e dois uruguaios chegaram à embaixada do Brasil na Romênia após partir de Kiev, e que todos estão bem de saúde.
Entre os integrantes do grupo estão alguns jogadores do time de futebol ucraniano Shaktar Donestky e seus familiares.
Segundo o presidente, o grupo recebeu “apoio integral” da União das Federações Europeias de Futebol (Uefa), que custou os custos de transporte rodoviário e de hospedagem na capital romena, Bucareste.
Casa Branca cobra da China condenação à invasão da Ucrânia
A Casa Branca cobrou neste domingo que a China condene a invasão da Ucrânia pela Rússia, enquanto o ataque de Moscou contra seu vizinho continua e o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a colocação das forças nucleares em alerta máximo.
“Não é hora de ficar de lado. É hora de falar e condenar as ações do presidente Putin e da Rússia invadindo um país soberano”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, em entrevista à MSNBC.
Fonte: CNN Brasil
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