O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou nesta quinta-feira (9) a decisão do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de exigir o passaporte vacinal no estado para viajantes a partir de 15 de dezembro, caso o governo não torne o documento obrigatório.

Após elogiar a Assembleia Legislativa de Rondônia, que aprovou um projeto proibindo a obrigatoriedade do passaporte, o chefe do Executivo disparou:

"Outro governador, aqui da região Sudeste, quer fazer o contrário. E ameaça: 'Ninguém vai entrar no meu estado'. Teu estado, o cacete, porra. E se não tiver vacinado? E nós todos temos que reagir. E reagir como? Protestando contra isso", afirmou durante evento do Dia Internacional contra a Corrupção, no Palácio do Planalto.

Doria afirmou que o documento passará a ser exigido para quem entrar no estado por qualquer via, seja por aeroportos, portos ou via rodoviária.

Pela regra estadual atualmente vigente em São Paulo, o passaporte da vacina só é obrigatório em eventos com mais de mil pessoas.

Segundo o governador, decisão anterior do STF (Supremo Tribunal Federal) já definiu que estados e municípios podem ter regras mais rígidas do que o governo federal para legislar em questões de saúde.

Bolsonaro, no entanto, tem se manifestado contrário a qualquer medida que exija o comprovante de vacina. No mesmo evento, ele voltou a criticar os imunizantes e disse que não poderia validar a exigência do passaporte, pois ele não tomou a vacina.

"Queriam que a gente impusesse aqui a obrigação do cartão vacinal. Como eu posso aceitar o cartão vacinal se eu não tomei vacina? É um direito meu de não tomar, como é o direito de qualquer um aqui", questionou.

Embora a pressão pelo controle mais rígido das fronteiras tenha aumentado com a descoberta da variante ômicron, o governo decidiu exigir apenas uma quarentena de cinco dias de viajantes não vacinados que entrarem no Brasil. A regra passa a valer neste sábado (11).

No quinto dia de isolamento, eles deverão realizar um teste para a Covid-19. Se o resultado for negativo, poderão circular no país.

Já quem apresentar o certificado de imunização contra a doença e teste negativo poderá cruzar a fronteira sem passar pelo período de isolamento.

A medida contraria recomendação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que propôs que o governo federal cobrasse o certificado de vacinação como forma de liberar a entrada de viajantes no Brasil. A medida valeria para permitir a imigração por terra.

Fonte: BNews

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