Após dois anos sem partido, o presidente Jair Bolsonaro se filiou, nesta terça-feira (30) — data em que se comemora o Dia do Evangélico em Brasília —, ao Partido Liberal (PL), legenda presidida por Valdemar Costa Neto, político condenado no Mensalão.
O senador Flávio Bolsonaro (RJ), filho “zero um” de Bolsonaro, também ingressa hoje na legenda, ao lado do presidente. O evento conta com dirigentes do partido de diversos estados, além de parlamentares do PP, PSL e PL.
Estão presentes os seguintes ministros de Estado: Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência), Paulo Guedes (Economia), João Roma (Cidadania), Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral), Ciro Nogueira (Casa Civil), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Marcelo Queiroga (Saúde), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Tarcísio Gomes (Infraestrutura).
Os governadores de Roraima, Antonio Denarium (PP), e do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL); o presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP); e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também compareceram.
Inicialmente marcada para o dia 22 de novembro, em referência ao número do partido nas urnas, a cerimônia foi adiada. O motivo foi o incômodo do presidente da República com possíveis alianças estaduais do PL em 2022, o que teria em tese sido resolvido.
Bolsonaro deixou o PSL, partido pelo qual foi eleito presidente, em novembro de 2019, após uma série de desentendimentos com a cúpula da sigla. Ao deixar a legenda, o mandatário promoveu o lançamento de uma nova agremiação, o Aliança pelo Brasil.
O projeto, entretanto, não saiu do papel em razão da dificuldade para recolher as assinaturas exigidas para registro perante o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O partido em formação conseguiu 162.697 assinatura, o que representa 33% do exigido pela legislação (491.967 assinaturas).
O Aliança pelo Brasil foi anunciado com grande pompa como o partido que sintetizaria os ideais bolsonaristas sem ceder a práticas da política tradicional, como o “toma lá, dá cá”, como ficou conhecida a troca de cargos por apoios no Congresso.
Esses ideais também foram deixado de lado. Bolsonaro selou a aliança com o Centrão e tem hoje dois representantes do bloco no governo: os ministros Ciro Nogueira, do PP, na Casa Civil, e Flávia Arruda, do PL, na Secretaria de Governo. Atualmente, o próprio presidente se diz representante do Centrão.
Diante da inviabilidade do Aliança pelo Brasil, Bolsonaro passou a negociar com várias legendas. Ele conversou com partidos nanicos, como PRTB, PMN e PMB e quase chegou a fechar com o Patriota, mas a entrega do controle dos diretórios estaduais a ele foi um dos fatores que levaram à frustração das negociações.
Recentemente, Bolsonaro estava “namorando” três partidos: PP, PL e Republicanos. Há um acordo para que o PP indique o candidato a vice na chapa em 2022. A decisão pelo PL ocorreu após Valdemar Costa Neto ameaçar deixar a base de apoio do presidente.
Histórico
Em seus 30 anos de vida pública, Bolsonaro já passou por oito agremiações, algumas das quais foram decorrentes de fusões ou tiveram mudança de nomenclatura. Ele se elegeu vereador, em 1988, pelo PDC, partido que depois se fundiu ao PDS, herdeiro direto da Arena, formando o PPR. Durante os sete mandatos como deputado federal, Bolsonaro passou por PPB, PTB, PFL (atual DEM), PP, PSC e PSL.
O partido ao qual foi filiado por mais tempo foi o PP, no qual esteve entre 2005 e 2016. Já mirando na campanha presidencial, ele se desligou da sigla e foi para o PSC, do pastor Everaldo. De última hora, filiou-se ao PSL.
Fonte: Metrópoles
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