A healthtech HSPW (Healthy & Safe Place to Work) realizou em setembro, a pedido da reportagem, uma pesquisa com 70 mil colaboradores de empresas no Brasil que usam a plataforma de mensuração e acompanhamento da saúde integral oferecida pela companhia.

Como saúde integral, a ferramenta entende os aspectos físico, mental, financeiro e organizacional do funcionário. Pelo resultado do levantamento, o que mais "dói" é o bolso.

Entre os dez diagnósticos mais observados nas equipes, o que vence são os problemas financeiros, comuns a 80% da amostra. Os demais nove diagnósticos apresentados se referem a questões psíquicas e de saúde física.

"Procuramos ter uma visão holística do indivíduo, porque só assim a saúde pode ser tratada de uma maneira eficaz", diz Nestor Sequeiros, presidente da HSPW. "Muitas vezes, um diagnóstico de depressão, por exemplo, pode ter sido desencadeado por problemas financeiros".

Na sequência das finanças, os maiores problemas enfrentados pelos indivíduos são sedentarismo (63%), maus hábitos alimentares (58%), consumo inadequado de álcool (50%), má qualidade do sono (49%), sobrepeso ou obesidade (38%), síndrome de burnout (31%), ansiedade (14%), depressão (10%) e ideação suicida (2%).

"Quase todos os diagnósticos, na verdade, têm a situação financeira atrelada", diz Sequeiros, ressaltando que o problema dispara reações psicológicas ou físicas. Na opinião do executivo, é importante identificar a raiz do problema e encontrar maneiras de administrar a questão –até psicologicamente.

"Todos nós acreditamos que poderíamos ganhar o dobro, é natural do ser humano", diz ele. "Mas eu passei vários anos trabalhando na Índia, ao lado de pessoas extremamente pobres, que eram muito felizes", afirma o executivo, ressaltando que não pretende, com a observação, fazer apologia da pobreza. Da mesma maneira, diz, conhece pessoas ricas que "não encontram paz".

"A verdade é que os problemas adquirem a dimensão que nós damos a eles", diz o argentino, que tem no currículo posições de liderança na Ásia na fabricante de fórmulas infantis Mead Johnson Nutrition, da farmacêutica Mundipharma, e da fabricante de equipamentos para a indústria Tyco Flow.

A proposta da HSPW é oferecer aos funcionários uma ferramenta interativa, com perguntas respondidas diariamente, que ao final de determinado período vão gerar um relatório aos usuários com possíveis diagnóstico. Quem assina a plataforma é a empresa, que tem acesso a uma rede de serviços de saúde associados aos quais podem encaminhar os colaboradores. Entre as clientes, estão a seguradora Saga e a empresa de logística Multilog.

Por Daniele Madureira / Folhapress

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