Desde 2017, a Polícia Federal comandou 297 operações contra garimpos ilegais em todo o Brasil, destas, apenas duas ocorreram na Bahia. As informações constam nos dados obtidos pela Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas por meio da Lei de Acesso à Informação.

Na série histórica, o ano de 2020 foi o ano com maior número de operações e a maior apreensão: 120 ações e R$ 652.378.927,90 apreendidos. Apesar disso, nenhuma ação na Bahia foi feita neste ano, tendo apenas duas ações registradas, uma em 2018 e outra em 2019, segundo dados do Fiquem Sabendo. 

Em 2021 em todo o Brasil, foram realizadas 39 operações contra garimpo ilegal até maio deste ano, tendo uma apreensão de R$ 9.670.847,51. A quantidade de ações representa um aumento de 18% em relação ao mesmo momento no ano passado, quando foram registradas 33 operações. 

Na Bahia, as duas operações acabaram não apreendendo nenhum valor, evitando nenhum prejuízo e nem causando nenhum dano ao patrimônio dos trabalhadores ilegais. As operações "Terra de Ninguém" e "Ruina Montium" tiveram suas deflagrações em 28/01/2019 e em 30/01/2018, respectivamente. 

De acordo com a PF, a ação, denominada Terra de Ninguém, visou desarticular um esquema de corrupção identificado dentro da Gerência Regional baiana da Agência Nacional de Mineração (ANM). As investigações se iniciaram no final de 2017, onde constataram que servidores da ANM em Salvador recebiam vantagens indevidas para priorizar o andamento de determinados processos administrativos e até mesmo para modificar decisões contrárias aos interesses de empresários que se dispunham a efetuar esses pagamentos ilícitos.

A apuração apontou também que os dirigentes do órgão atuavam para beneficiar empresários ligados ao grupo político responsável por sua indicação para o cargo. Na época, seis servidores da ANM foram afastados de seus cargos por determinação da 17ª Vara Federal de Salvador, entre eles o atual Gerente Regional do órgão e os seus dois antecessores.

Já a operação "Ruina Montium", comandada pela Polícia Federal de Vitória da Conquista, não consta nos registros da corporação.

Por Mauricio Leiro / Bahia Notícias

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