Os vereadores da cidade de Vera Cruz, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), através da Comissão Parlamentar Especial da Ponte Salvador-Itaparica, buscaram o Bahia Notícias para denunciar a falta de diálogo junto ao governo do estado sobre os diversos aspectos que permeiam a construção do equipamento. De acordo com a Comissão, o legislativo municipal não é recebido pelo governo e não tem conhecimento de prazos, impactos socioeconômicos e medidas de mitigação que deverão ser adotadas.
Ressaltando que a cidade não é contra a construção do equipamento, o presidente da Comissão, vereador Jorge dos Santos (Republicanos), relatou que não tem tido resposta dos órgãos governamentais, em especial, da Secretaria estadual de Infraestrutura (Seinfra), sobre informações à respeito da construção da ponte.
Ele conta que o governo assumiu alguns compromissos condicionantes para a instalação do equipamento, mas até então, nada foi cumprido. “Propuseram investimentos em diversas áreas como a instalação de leitos de UTI, a instalação de uma faculdade, calçamento das vicinais da BA, investimento em segurança pública, além de investimentos em mobilidade, mas nada disso até agora foi implementado”, disse.
Segundo o vereador, moradores de diversas comunidades entram em contato sinalizando a presença de agentes fazendo medições do solo, mas sem informar do que se trata. “Já houve audiências abertas lá atrás, no entanto, em nenhum momento falaram para a gente o traçado da ponte, ou discutiram a questão das indenizações das desapropriações, que é algo que assusta as pessoas. Todo mundo procura a gente querendo entender, inclusive já fizeram visitas em algumas comunidades para passar o traçado da ponte, mas a gente que é do Poder Legislativo, não tem conhecimento. Para a gente é uma incógnita”, disse.
O presidente da comissão relata já ter tentando contato com o secretário de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, e com o vice-governador João Leão, mas os encontros ficam apenas nas promessas. “Ficaram de enviar membros do governo para explicar a gente. Em Salvador, quando os vereadores questionaram a ponte, o vice-governador esteve na Câmara, explicou, mas aqui estamos a ver navios sobre algo que afeta diretamente a gente”, disse.
As respostas cobradas pela Câmara vão desde o local onde será instalado o equipamento, até como os impactos socioambientais serão mitigados. O vereador lembra que promessas foram feitas, mas ainda não foram cumpridas, como por exemplo, a dragagem do canal da lancha. "A cidade que poderia ter todo amparo do poder público, justamente porque a ponte vai passar por dentro de Vera Cruz, e vai mudar toda a nossa política social, econômica e cultural, não tem resposta do governo”, pontuou.
A expectativa é de que, quando concluídas as obras, a população da cidade, hoje com cerca de 50 mil habitantes, chegue a quadruplicar. “Como vamos dividir o que não temos? Se não temos hospital para todo esse contingente. Dependemos do hospital regional, precisamos preparar a cidade para essa demanda que virá. Não somos contra o governo, mas precisamos defender nossa cidade. Se não houver diálogo, vamos entrar com um recurso no Ministério Público pedindo por uma decisão judicial que obrigue o estado a ouvir a gente, explicar para a Câmara de Vereadores onde vai ser afetada a cidade, quais as consequências e como a gente pode mitigar os impactos e ajudar a cada morador”, finalizou.
O Bahia Notícias entrou em contato com o governo através da Seinfra, e levou os questionamentos dos vereadores, no entanto, até o fechamento desta matéria, não houve resposta.
fonte: Bahia Notícias
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