Uma mulher denunciou um motorista por aplicativo, após ele tirar uma foto dela, durante a viagem, enquanto ela dormia no banco traseiro do carro, em Salvador. Segundo a vítima, que não quis ser identificada, o homem compartilhou a imagem em um grupo de mensagens junto com um áudio em que a chamava de "gostosa" e dizia que ela "faz vida".
"E aí, [apelido de um suposto amigo do motorista]. A danada aí, ó, morgada [cansada], trouxe do [local de partida], aqui para [destino final], véi. Piveta carreta, gostosa, faz vida. E aí anotou logo o número do pai, né? Porque onde ela mora tem dificuldade de Uber", disse o motorista.
Por meio de nota, a Uber informou que repudia qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência.
Disse também que este tipo de comportamento configura violação ao Código de Conduta da Comunidade Uber e a conta do motorista foi desativada da plataforma.
De acordo com a passageira, após a situação que a deixou bastante abalada, ela decidiu registrar um Boletim de Ocorrência na segunda-feira (23).
Eu soube através de uma amiga minha que me mandou o áudio, o link de um jornal e a minha foto. Fiquei horrorizada e comecei a me tremer.
De acordo com a Polícia Civil, a vítima já foi ouvida na 4ª Delegacia Territorial (DT) de São Caetano, onde o caso foi registrado. A polícia ainda informou que busca localizar o endereço do suspeito para intimá-lo.
Segundo o advogado da vítima, Gustavo Azevedo, a corrida aconteceu no dia 6 de agosto por volta das 4h. O motorista ainda enviou mensagens para a passageira, às 11h17, oferecendo serviços de transporte.
Após ficar ciente do ocorrido, a vítima entrou em contato com o motorista por aplicativo. "Ele se desculpou bastante, disse que tinha família que não era pra eu fazer nada com ele", explica.
Minha intenção é não é me expor, é ajudar pessoas que passaram e passam por isso. Para que essas pessoas tenham voz e denunciem esses casos de assédio que têm acontecido em corrida por aplicativo, diz.
Além disso, a vítima conta que não se sente mais segura em fazer viagens sozinhas por causa do que aconteceu.
Fonte: G1
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