Economia, geração de emprego, pandemia, segurança e muitas críticas ao governo Jair Bolsonaro estão entre os temas debatidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (26), durante passagem por Salvador. Lula visitou a Policlínica de Saúde de Narandiba e respondeu questionamentos da imprensa.
O ex-presidente questionou a falta de grandes obras de infraestrutura realizadas pelo governo federal e comparou com as intervenções deste tipo feita durante os governos dele. Citou como exemplo hidrelétricas, estádios, a transposição do rio São Francisco e ironizou o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter inaugurado recentemente uma ponte de madeira em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Na agenda citada por Lula, os gastos da comitiva de Bolsonaro para inaugurar o equipamento foram três vezes maiores do que o valor da própria obra.
Ao responder um questionamento sobre geração de emprego pós-pandemia, a análise de Lula foi de que as atuais taxas de desemprego no Brasil não são apenas resultado da crise sanitária. A avaliação dele é de que falta investimento e por isso o país soma 14 milhões de desempregados.
A crítica nesse tema se estendeu ao ministro da Economia Paulo Guedes, que, segundo Lula, não trabalha com “palavras de movimento”. “Ele não utiliza a palavra emprego ou investimento”, reclamou o petista. “Qual a grande obra que tem no Brasil?”, questionou.
Segundo Lula, a partir dos erros do governo, há menos dinheiro circulando no país, o que ocasiona menos consumo, daí há menos produção, menos comércio, e isso culmina em mais desemprego. Na visão dele, quando o governo faz mais investimentos também atrai investimentos privados e isso faz a economia avançar.
Mas o ex-presidente também fez declarações otimistas sinalizando que “é possível fazer as coisas diferentes”, “ter compromisso com o país”, e que “já vencemos uma vez isso”. O foco, segundo Lula, deve ser colocar os pobres participando do desenvolvimento do Brasil.
Em uma pergunta sobre a próxima eleição e um cenário de polarização, Lula afirmou que o tema não é um problema. Citou que a polarização sempre vai existir quando tiver mais de um partido, e que ela só não existe onde não há disputa e nem eleição.
“O que tem agora de diferente é que a democracia está enfrentando polarização fascista. Será uma eleição com uma pessoa nitidamente fascista, com bando de miliciando fazendo provocação, e nós não vamos nos preocupar com isso. Faremos uma campanha tranquila, como sempre fizemos”, completou Lula.
Por Jade Coelho / Bahia Notícias
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