O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou em entrevista à rádio Itatiaia nesta terça-feira (20) que apresentará "provas de fraudes" nas eleições "na semana que vem". Segundo ele, se trata de fraude cometida nas eleições de 2014.
"Eu espero na semana que vem apresentar as provas de fraudes. Vamos apresentar uma fraude de 2014", disse o presidente. "Eu só consegui ser eleito porque tive muito voto. Eu vou comprovar semana que vem que teve fraude nas eleições de 2014. Vão vir hackers para mostrar", completou.
A eleição presidencial de 2014 teve dois turnos. O segundo turno foi disputado pelos candidatos Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) – Dilma foi reeleita. À época, o PSDB chegou a pedir uma auditoria dos votos junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não foi encontrada nenhuma evidência de que houve adulteração de programas, de votos ou mesmo qualquer indício de violação ao sigilo do voto no pleito.
À CNN, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) disse não haver indícios de fraude nas eleições presidenciais de 2014. Aécio afirmou ainda que os crimes em 2014 são de outra natureza daquelas que o Bolsonaro diz terem ocorrido.
“Não tenho nenhum indício que aponte para fraudes naquela eleição. Os crimes ali cometidos foram de outra ordem. Era sobre a utilização sem limites da máquina pública, as fake news, o disparo ilegal de ‘zaps’ dando conta de que, eu eleito, terminaria com todos os programas sociais do governo, a utilização da Caixa, Correios, Banco do Brasil”, disse o deputado.
Na entrevista à rádio Itatiaia, Bolsonaro voltou a falar sobre o voto impresso. "Pode morrer o voto impresso na comissão. É lamentável o que o ministro Barros está fazendo", disse. Segundo o presidente, a apresentação das supostas fraudes nas eleições de 2014 também serão encaminhadas ao TSE.
"Eu vou convidar a imprensa e, com minhas mídias sociais, vou transmitir isso aí. Com isso tudo encaminho para o TSE. Agora, o que vale mais do que todos nos é a opinião pública", disse.
Nesta segunda-feira (19), na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou que não acredita mais na aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna o voto impresso obrigatório. A comissão criada pela Câmara dos Deputados adiou a decisão para o dia 5 de agosto.
Ainda em junho, em entrevista à CNN, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o presidente tem o "dever cívico" de apresentar as provas que diz ter sobre a suposta fraude das eleições – à época, Bolsonaro falava em fraudes nas eleições de 2018. Segundo Barroso, nunca houve fraude eleitoral documentada com a urna eletrônica no Brasil.
Eleições de 2022 e polarização
Bolsonaro ainda falou sobre as eleições presidenciais do próximo ano e criticou as articulações por uma chamada "terceira via". Ele também não cravou que será candidato à reeleição em 2022.
"Não estou dizendo que sou candidato. Essa terceira via? O povo não engole isso, não vai atrair a simpatia da população. O Brasil está eu (sic) e o ex-presidiário."
Uma pesquisa realizada pelo Datafolha no início deste mês indicava que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em um eventual segundo turno, com 58% dos votos contra 31%, respectivamente.
Nas perspectivas de primeiro turno, Lula tem 46% das intenções de voto, sendo seguido por Bolsonaro (25%), Ciro Gomes (8%), João Doria (5%) e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (4%), segundo o Datafolha. Optaram por branco e nulo 10% dos entrevistados, enquanto 2% afirmaram ainda não saber em quem votar.
Fonte: CNN Brasil
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