O maníaco Lázaro Barbosa, 32 anos, usou um aparelho celular roubado para criar um perfil fake no Facebook. A polícia monitorava o telefone, que foi levado pelo suspeito no último dia 15, quando ele invadiu uma chácara e fez três pessoas da mesma família reféns. As vítimas foram resgatadas por uma força-tarefa durante dramática ação que resultou em troca de tiros.
Depois de conseguir escapar do cerco policial, o serial killer ficou até 18 de junho com o celular e, mesmo no meio da mata, criou um perfil com nome de Patrik Souza. Os investigadores acreditam que ele usou o mecanismo para acompanhar notícias do caso e ver reações na rede social.
O fato de Lázaro ter colocado na imagem de apresentação pessoal a foto de um helicóptero realizando as buscas, que completam 17 dias neste sábado (26/6), chamou a atenção dos agentes que monitoravam o sinal.
Aparentemente em tom provocador, ele adicionou outra foto, na qual estão policiais em terra, com a frase: “As buscas não param. Breve estará nas mãos da polícia. Não volta em viatura, volta com o IML”.
No perfil consta apenas um amigo. Trata-se de uma adolescente que mora no mesmo bairro de parentes de Lázaro, em Águas Lindas (GO). Ela não é alvo de investigação policial.
Mãe faz apelo
A mãe do psicopata confirmou ao Metrópoles, nessa sexta-feira (25/6), que o filho conhecia o dono da chácara preso sob acusação de dar cobertura à fuga do suspeito. Elmi Caetano Evangelista, 74 anos, e o caseiro dele, Alain Reis de Santana, 33, foram detidos por uma força-tarefa montada para caçar o maníaco.
“Fiquei arrasada com a prisão do seu Elmi. Ele fez isso [deu cobertura a Lázaro] porque é ser humano. Seu Elmi não tem o coração do Satanás; o coração dele é do Senhor”, disse Eva.
A mulher, que se mudou para Barra do Mendes, na Bahia, após a repercussão do caso, fez mais um apelo para Lázaro se entregar e acredita que isso só não ocorreu ainda porque ele está com medo de ser morto.
“Nas cartas que ele deixou, ele fala que não se entrega porque a polícia só quer matar. Como mãe, falo pra ele se entregar e não fazer mais nada com ninguém. Pense em seus filhos, eles precisam de você e te amam.”
Eva também não acredita que Lázaro tenha cometido sozinho a chacina no Incra 9, em Ceilândia, no último dia 9. “A polícia tem que parar de pensar assim, porque ele [Lázaro] diz que não fez a chacina sozinho, ficam atrás dele e os outros ficam aprontando”, disse, sem explicar quem seriam os outros supostos envolvidos no quádruplo assassinato da família Vidal.
Segundo um militar, a equipe observou a propriedade de Elmi enquanto conversava com o caseiro na tarde de quinta-feira (24/6). O funcionário disse que teria visto Lázaro no local onde fica o chiqueiro.
O policial, então, solicitou que Alain o levasse até lá. O militar conta que, no meio do caminho, percebeu uma tampa de fossa séptica, pediu para que um sargento verificasse o que tinha lá e prosseguiu a caminhada em direção ao chiqueiro.
O sargento se aproximou do caseiro e perguntou se era comum sumir galinhas da chácara. O homem confirmou. O militar perguntou, então, se ali era um local onde eram feitos rituais com sacrifício de animais. Alain disse desconhecer, mas revelou ter visto velas vermelhas na propriedade e que, na ocasião, o patrão limitou-se a dizer que elas seriam usadas para um aniversário.
Os policias encontraram, no interior da fossa, vísceras de galinha, além de muitas penas de cor preta, e desconfiaram que ali fosse um local de ofenda ritualística. Novamente, o caseiro foi questionado sobre rituais com oferendas. Ele negou mas contou que, aos domingos, o patrão o proibia de ir à chácara.
Além disso, os militares fizeram uma varredura em um galpão de ferramentas e perceberam haver dois nomes escritos na parede. O de cima estava ilegível e escrito com o que parecia ser sangue. O segundo nome era “Jorceley”, escrito com tinta.
Questionado sobre quem seria Jorceley, o caseiro informou ser tio de Lázaro. Acrescentou que ele teria trabalhado na propriedade, assim como o fugitivo. Alain apontou, ainda, o local onde Lázaro teria morado quando prestou serviço na chácara. Trata-se de um casebre, já em escombros, que fica a cerca de 200 m da sede.
O caseiro acrescentou que o proprietário da chácara era muito próximo da família de Lázaro e que teria prestado auxílio aos familiares à época da morte do irmão dele.
Refeições
Em depoimento à polícia, Alain também informou que Lázaro estava na propriedade e fazia refeições, como almoço e jantar, diariamente, com o consentimento de Elmi Caetano. Relatou, ainda, que a mãe de Lázaro Barbosa trabalhou como caseira para Elmi e que, quando o maníaco estava preso, o dono da propriedade ajudava financeiramente a família dele.
Fonte: Metrópoles
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