Um morador de Alagoinhas, cidade a cerca de 120 km de Salvador, está sendo monitorado após ter contato com passageiro diagnosticado com variante do coronavírus indiana. O baiano testou duas vezes negativo, mas os órgãos de saúde decidiram manter o monitoramento.

A variante indiana do coronavírus, chamada de B.1.617, foi identificada em um passageiro de 32 anos que estava na Índia e desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 22 de maio. Ele é de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, e o diagnóstico foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

Na tarde desta quarta-feira (26), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez uma reunião com secretários estaduais para discutir sobre a novas cepas do coronavírus no Brasil.

Durante a reunião, foram discutidas formas de integrar os trabalhos nos aeroportos para aumentar a vigilância para controlar a entrada das novas cepas no país.

Com a confirmação do homem de 32 anos, sobe para sete o número de pessoas contaminadas pela variante indiana no país.

Os outros seis são passageiros que chegaram ao Maranhão a bordo do navio MV Shandong da Zhi, atracado no litoral do estado. Há ainda três casos suspeitos no Distrito Federal, no Espírito Santo e em Minas Gerais.

De acordo com o governo paulista, não há registros de um caso autóctone (contaminação local) da variante indiana no estado.

O baiano que está sendo monitorado é colega de trabalho do passageiro de 32 anos que foi diagnosticado com a variante indiana. Ele teve contato com o homem no Rio de Janeiro.

O morador da cidade baiana é monitorado por equipes da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Alagoinhas.

Variantes do coronavírus

O Instituto Adolfo Lutz e o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) afirmam que foram encontrados 375 casos autóctones de três variantes até 26 de maio:

  • 1 confirmação de B.1.617.2, originária da Índia (caso de Campos dos Goytacazes, RJ)
  • 3 confirmações de B.1.351, originária da África do Sul
  • 15 confirmações de B.1.1.7, originária do Reino Unido
  • 356 confirmações de P.1, originária do Brasil

Até o momento, não há notificação oficial da variante P4, de origem desconhecida.

A detecção de novas variantes é um instrumento de vigilância que contribui para o monitoramento da pandemia de Covid-19, não sendo necessário, do ponto de vista técnico e científico, sequenciamentos individualizados uma vez confirmada a circulação local da variante.

A confirmação ocorre por meio de sequenciamentos genéticos realizados por laboratórios como o Instituto Adolfo Lutz e depende ainda do trabalho de Vigilância Epidemiológica para investigação dos casos, como históricos de viagens e contatos.

A variante indiana

A variante indiana B.1.617 possui três versões, com pequenas diferenças (B.1.617.1, B.1.617.2 e B.1.617.3), descobertas entre outubro e dezembro de 2020.

As três versões apresentam mutações importantes nos genes que codificam a espícula, a proteína que fica na superfície do vírus e é responsável por conectar-se aos receptores das células humanas e dar início à infecção.

Entre as alterações, uma se destaca: E484Q, que tem algumas similaridades com a E484K, alteração encontrada nas outras três variantes de preocupação global. São elas: a B.1.1.7 (Reino Unido), a B.1.351 (África do Sul) e a P.1 (Brasil, inicialmente detectada em Manaus).

Cientistas ainda não conseguiram estabelecer sobre a variante indiana:

  • A sua real velocidade de transmissão e se ela é mais transmissível.
  • Se está relacionada a quadros de Covid mais graves, que exigem internação e intubação.
  • O quanto as mudanças genéticas interferem na eficácia das vacinas já disponíveis.

Fonte: G1

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