Os veterinários e zootecnistas da Bahia reivindicam um espaço na lista dos prioritários para receber a vacina contra a Covid-19. Eles alegam que são profissionais da saúde e também fazem parte do grupo de risco.

O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária Altair Santana alega que a comunidade veterinária entende que o Estado da Bahia tem poucas vacinas contra a Covid-19 e que a prioridade máxima são os idosos e profissionais da saúde que atuam na linha de frente no combate à doença. Porém, segundo Santana, é injusto que os médicos veterinários não tenham sido incluídos na lista para receber as doses do imunizante contra o coronavírus. 

"A lista de prioritários da vacinação não cita o médico veterinário. Não estamos classificados em nenhum nível de risco. Precisamos saber quando vamos ser vacinados porque também somos profissionais da saúde", afirma o presidente. 

O médico também citou que os profissionais da zootecnia, que fazem a inspeção dos alimentos de origem animal para controle de zoonoses, doenças transmitidas de animais para humanos ou de humanos para os animais, devem ser incluídos na lista dos prioritários para receber a vacina contra a Covid-19. 

"Parece que o pessoal imagina que o animal vai à clínica sozinho e que os tutores não vão. O animal não sabe falar, nós falamos e atendemos o tutor. Ele é ouvido para que a gente consiga entender o que o pet está passando. Só depois dessa conversa que fazemos o exame no animal. Então nós também estamos sujeitos a doença", disse. 

Nas redes sociais, o secretário municipal da Saúde Leo Prates informou que eles vão iniciar a vacinação com os idosos e com profissionais da área de saúde que combatem o coronavírus na linha de frente e depois vão incluir as outras categorias. 

“Infelizmente a quantidade de vacinas que recebemos do Governo Federal não é suficiente para imunizar todos ao mesmo tempo”, afirmou o secretário.

A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) afirmou que esses profissionais não estão no cronograma do Programa Nacional de Imunizações, por isso, não é possível para eles tomar alguma atitude sobre a reivindicação dos médicos veterinários e dos zootecnistas. 

Santana também alega que o decreto sobre as atividades essenciais feito pelo Governo do Estado trata apenas da área humana, "esqueceram que existe um mundo animal". Existem farmácias que vendem medicamentos para animais que, segundo o médico, não podem ser fechadas. Além das clínicas, consultórios e hospitais veterinários que também não foram citados no decreto estadual, feito pelo governador Rui Costa (PT). 

O Governo do Estado informou, no entanto, que lojas veterinárias estão autorizadas a funcionar porque vendem alimentos. As clínicas veterinárias, por fazerem parte dos serviços da saúde, também podem continuar a exercer suas atividades.  

"Os decretos não dizem alimento animal ou alimento humano. Trata de alimentos, portanto está contemplado. O mesmo vale para clínicas veterinárias. O decreto fala em serviços de saúde. Não fala de saúde humana, mas de saúde, de forma ampla, genérica, abrangendo os animais", explicou.

Fonte: BNews

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