A agência norte-americana que regulamenta os medicamentos e produtos alimentares nos Estados Unidos, FDA, divulgou, nesta quarta-feira (24), uma análise de eficácia da vacina em dose única da Janssen, braço do laboratório Johnson & Johnson, contra a Covid-19. O resultado mostrou que o imunizante tem eficiência global de 72%, seis pontos percentuais acima do indicando preliminarmente.

Em uma avaliação interina, divulgada no dia 29 de janeiro, a vacina produzida a partir de um adenovírus (vírus de resfriado comum) e chamada Ad26.CoV2.S -abreviação para adenovírus 26 Sars-CoV-2 proteína S–, havia apresentado eficácia global de 66%, mas com proteção de até 85% contra casos graves da doença. Esses dados se referiam aos voluntários avaliados nos EUA.

Um segundo estudo na América Latina havia apontado para uma eficácia também de 66% em impedir hospitalização, enquanto um subgrupo sul-africano teve uma pequena queda na eficácia, de 57%.

Agora, os dados de 45 mil voluntários foram reanalisados pelo FDA e apontaram para uma eficácia global de 72%, seis pontos percentuais acima do indicando preliminarmente, e 64% na África do Sul, onde uma nova variante mais contagiosa e com possibilidade de escape da resposta imunológica surgiu e é dominante atualmente.

Na nova análise, a proteção contra casos graves da doença subiu para 86% nos EUA, enquanto na África do Sul essa mesma proteção foi de 82%, o que reduz em muito o risco de morte por uma pessoa vacinada.

Há também fortes indicativos, segundo o órgão, que a vacina pode ajudar a impedir a transmissão pelo vírus em pelo menos 74%, embora os dados de voluntários assintomáticos ainda são muito pequenos para assegurar com certeza.

Agora, o FDA pretende aprovar o imunizante até o próximo sábado, dia 27 de fevereiro, e a farmacêutica disse que já teria quatro milhões de doses pronta entrega seguindo a autorização.
A vacina que é de dose única tem também a vantagem de ser armazenada em geladeiras comuns, em temperaturas de 2? a 8? C, o que torna sua distribuição e utilização mais fáceis.

O virologista Dan Barouch, do Centro Médico Beth Israel Deaconess, em Boston, Massachusetts, disse que com a vacina da Janssen será possível acelerar a vacinação nos EUA e no mundo. O centro médico participou da pesquisa e desenvolvimento da vacina da J&J.

Além da oferta nos EUA, a vacina da Janssen também terá papel importante na vacinação na África do Sul e em outros países africanos, que estão para trás na distribuição das doses no mundo.

Na América Latina, o estudo da vacina da Janssen foi conduzido na Colômbia, Chile, México, Peru e no Brasil, onde foi testada em cerca de 7.000 participantes em 11 estados. Até o momento, não houve o chamado descegamento da pesquisa no país, que é quando a instituição de pesquisa abre o duplo cego para os voluntários saberem se receberam o imunizante, ou o placebo.

Folhapress

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