O Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) realizou o sequenciamento de 48 genomas do SARS-CoV-2, vírus que causa a Covid-19. Com isso foram identificados em circulação seis linhagens diferentes de coronavírus.
A unidade é a terceira maior de vigilância laboratorial do país e é classificada na categoria máxima de qualidade pelo Ministério da Saúde. O Lacen se tornou referência nacional para fazer o sequenciamento genético de amostras da Bahia e de outros cinco estados (Sergipe, Alagoas, Piauí, Pernambuco e Rio Grande do Norte).
O secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, explica que as variantes identificadas na Bahia não se referem aos tipos encontrados em Manaus, na África do Sul ou Reino Unido, que são cepas mais contagiosas.
As análises contemplam amostras dos cinco últimos meses e demonstram que a vigilância estadual está ativa, possibilitando avaliar a dispersão do vírus no estado e investigar novas linhagens. Os seis diferentes tipos de coronavírus encontrados são subtipos do SARS-CoV-2 e não detectamos um risco aumentado para estas linhagens, destacou Vilas-Boas.
A diretora geral do Lacen-BA, Arabela Leal, ressalta que as amostras foram baseadas na representatividade de todas as regiões geográficas do estado. “Os 48 genomas sequenciados são provenientes de 25 municípios da Bahia, sendo que todos os pacientes tinham sintomas clínicos característicos, como dificuldade de respirar, cansaço, Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ou pneumonia, bem como eram casos suspeitos de reinfecção e óbitos”, explica a diretora geral.
O secretário ressalta que novos sequenciamentos genéticos estão em curso. De acordo com ele, nesta sexta-feira (5) ficarão disponíveis resultados de 32 novas amostras, sendo 11 de pacientes que estiveram em Manaus.
As amostras são encaminhadas ao departamento de biologia molecular do Lacen-BA, onde todo o processo de sequenciamento genômico dura cerca de uma semana. Antes de passar pelo equipamento Ion GeneStudio S5 Plus, desenvolvido com tecnologia de sequenciamento NGS, de última geração, as amostras passam pelo processo de extração e são novamente testadas pelo método RT-PCR, para identificar se a preservação do vírus é satisfatória.
Uma vez validada a amostra, elas seguem para a máquina de sequenciamento. Nas últimas análises, os genomas sequenciados apresentaram cobertura superior a 95% do genoma total. Por solicitação do Ministério da Saúde, a Bahia realizará 300 sequenciamentos genéticos em quatro meses.
Fonte: Bahia Notícias
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