Os acidentes de trânsitos aumentaram em 60% em outubro e novembro deste ano, em Salvador, com relação aos meses de abril e maio, que tiveram maior período de isolamento na pandemia. A letalidade dessas ocorrências também aumentou.
Entre abril e maio, a capital baiana registrou 959 acidentes, quanto nos dois últimos meses foram 1609. Apesar disso, Salvador teve menos ocorrências de acidentes neste ano, que em 2019: 3.467 no ano passado, contra 1.973 neste ano – uma queda de 57%.
Segundo dados da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), mesmo com a queda dos acidentes, a taxa de letalidade aumentou. Até novembro deste ano, 112 pessoas perderam a vida no trânsito na capital.
O índice de pessoas mortas, de janeiro a outubro foi de 4,32. No mesmo período de 2019 era de 2,55. O mês mais violento no trânsito, em 2020, foi agosto: 199 feridos e 15 mortos.
De acordo com superintendente da Transalvador, Fabrízzio Müller, a principal causa é a imprudência de motoristas e motociclistas.
“Com as ruas mais vazias, as ruas mais livres, as pessoas abusaram mais da velocidade e os acidentes foram mais graves. Foram menos acidentes, porque tinham menos carros rodando, mas foram mais graves. A questão do motociclistas cometerem muitos abusos vem chamando muito atenção, então a gente está intensificando também a fiscalização nesse segmento de motociclistas. Enfim, é um trabalho difícil, mas que precisa ser feito diariamente para que a gente consiga mudar o comportamento das pessoas”, explicou.
Acidente
No último sábado (12), o motorista Eduardo Costa de Araújo, de 21 anos, foi detido pela polícia depois de ter batido e arrastado por mais de 100 metros o eletricista Tauan Silva Santos, de 23 anos, que estava em uma moto.
As imagens das câmeras de segurança, que registram o acidente foram divulgadas nesta sexta-feira (18). Elas mostraram o momento exato em que as motos em que estavam Tauan e o primo, Alisson Barbosa, passaram em velocidade regular.
Em seguida, Eduardo passou com o carro em alta velocidade e atingiu a moto de Tauan. A moto é arrastada e deixa um rastro de faísca. No momento do acidente, Eduardo estava sem documentos dele e do carro, sem habilitação e apresentava sinais de embriaguez.
Ele foi levado para uma delegacia, pagou fiança e foi solto momentos depois. A vítima ficou internada em estado grave por dois dias, chegou a passar por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Geral do Estado (HGE), depois de sofrer duas paradas cardíacas.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que geralmente é responsável por fazer o primeiro atendimento às vítimas de acidente, registra uma mudança no perfil das vítimas, como explica Ivan Paiva, coordenador médico de Urgência e Hospitalar.
"Com o relaxamento dessas medidas restritivas, voltou o número de acidentes e voltou com um perfil de gravidade que tem chamado atenção, porque são pacientes com um estado muito mais grave. A gente nota esse aumento da proporção entre mortos e feridos. Temos atendido muitos pacientes, e muitos pacientes graves e alguns em situação de óbito mesmo, tanto em acidentes de motocicletas, quando na própria colisão de veículos".
Fonte: G1
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